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@Work | Luiza Helena Trajano: Por mais mulheres nos conselhos administrativos

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original:   @Work | Luiza Helena Trajano: Por mais mulheres nos conselhos administrativos

 

Mulheres são maioria. Mesmo assim, ainda ocupam poucas cadeiras impostantes em grandes empresas do país. Por isso, Luiza Trajano defende o sistema de cotas

 

Brasil que sonhamos e pelo qual lutamos é um país com equidade social ampla e irrestrita, inclusive de gêneros, em que todos possam ter as mesmas oportunidades na sociedade e no mercado de trabalho. Porém, ainda estamos distantes dessa realidade. As pesquisas mais recentes apontam que em grandes empresas um homem tem 80% a mais de chance de chegar a CEO do que uma mulher – mesmo que a candidata tenha tido as mesmas, ou até mais, oportunidades de estudo, ainda assim estará em desvantagem.

 

Segundo dados da Suisse Research Institute, mulheres em posição de liderança são verdadeiros tesouros – que, talvez, muitas empresas ainda precisem descobrir. Mais mulheres nas empresas podem significar 84% a mais em retorno de venda, 60% em retorno de investimento de capital e 46% de retorno sobre o patrimônio líquido. A equidade de gêneros proporciona ainda um aumento de lucratividade de 40% nas empresas – e as que a praticam, de quebra, dão um show quando o assunto é igualdade social.

 

 

Hoje somos maioria no Brasil. Somos independentes. Ocupamos nosso espaço na economia com maestria. Somos protagonistas. A despeito disso, o perfil dos conselhos das empresas com ações em Bolsas no país é majoritariamente masculino: apenas 7,9% das cadeiras são ocupadas por mulheres.

Para reparar em curto prazo esse equívoco – e não demorar mais 110 anos -, nós, do Grupo Mulheres do Brasil, defendemos e apoiamos o sistema de cotas para mulheres nos conselhos administrativos para empresas públicas e mistas, que é o que prevê o Projeto de Lei 112/2010, já aprovado pelo Senado. Estamos em campanha para que seja aprovado na Câmara e sancionado pelo Executivo.

 

 

É preciso que as pessoas entendam que cota é um processo transitório para corrigir uma desigualdade, é um meio essencial para potencializar equidade no mercado de trabalho. Ela é necessária, pois só assim conseguiremos atingir um índice de 30% de mulheres nos conselhos em um período de seis anos.

 

 

Como todo processo de mudança, este também gera muita discussão e enfrenta muita resistência, mas o debate é saudável. Assim como foi com o processo de cotas para deficientes em empresas, para egressos de escolas públicas nas universidades e a cota racial, a sociedade precisou de um tempo para assimilar. Assim, acredito que este mesmo cenário se repetirá com o sistema de cotas para as mulheres nos conselhos.

 

 

Em março deste ano, comemoramos a aprovação no Senado do PL 112/2010. O Grupo Mulheres do Brasil, por meio do Comitê 80 em 8, esteve em Brasília dialogando com os senadores para mostrar a eles a importância dessa Lei e como ela impacta positivamente na economia do país. O Grupo, inclusive, acompanhou a votação. E esperamos que, já no início de 2018, o texto também seja aprovado pela Câmara e sancionado pelo Executivo.

 

 

Estamos lutando para transformar o Brasil no país que queremos. Isso é protagonismo!

 

 

 

 

 

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