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Onze pessoas denunciaram o mesmo modus operandi do suposto golpista, que oferecia valores de resgate de investimentos que nunca foram devolvidos. As vítimas afirmam ter sido enganadas por Rodrigo Semprebom.
Uma jornalista de Belo Horizonte denunciou ter perdido cerca de R$ 60 mil após cair em um suposto golpe aplicado por um antigo conhecido. Segundo ela, Rodrigo Semprebom se aproveitou de um momento de fragilidade emocional dela. O golpista prometeu devolver o valor com 10% de lucro, alegando a necessidade de resgatar um fundo pessoal (entenda mais abaixo).
Outras 10 pessoas denunciaram a mesma prática, e a defesa das vítimas afirmou que o prejuízo ultrapassa R$ 500 mil (veja mais abaixo).
De acordo com uma das vítimas, a jornalista Fernanda Helena Ribeiro, o contato com o suspeito do crime aconteceu enquanto ela enfrentava um quadro de depressão, estava com a carreira instável e cuidava da mãe, que fazia tratamento contra um câncer.
Foi nesse cenário que Rodrigo Semprebom, um antigo conhecido da jornalista desde 2016, entrou em contato com ela por um aplicativo de mensagens.
“Ele falou que ia resgatar um fundo pessoal e que, como precisava fazer isso de forma antecipada, teria que pagar multa. Aí disse que, se eu conseguisse ajudar com algum valor, me devolveria com 10% de lucro, porque evitaria pagar a tal multa”, contou Fernanda à TV Globo.
R$ 60 mil
A jornalista disse, ainda, que não viu a proposta como uma oportunidade de investimento, e sim um colega disposto a prestar apoio em um momento difícil. “Parecia que era um colega conversando, querendo me ajudar”, contou.
Fernanda repassou quase R$ 60 mil ao suposto investidor. O dinheiro, no entanto, nunca foi devolvido. Em vez disso, ela passou a receber mensagens com desculpas.
“Nanda, tô em pânico aqui, cara, dor de cabeça… tô tentando de alguma forma costurar, pegar de outra pessoa, para não te deixar na mão. Não consegui nem comer hoje, tô apavorado. Desculpa, vou correr pra tentar te mandar nem que seja uma parte”, disse o suspeito à vítima por meio de uma rede social.
Ao buscar auxílio jurídico, Fernanda descobriu que havia processos judiciais contra Rodrigo. Ela registrou um boletim de ocorrência, fez uma representação criminal na delegacia e, a partir das denúncias, passou a conhecer outras pessoas que relataram ter caído em um golpe parecido.
Ameaças
De acordo com o advogado das vítimas, Faiçal Assrauy, Rodrigo se aproveitava da relação de confiança para convencer os conhecidos a entregar dinheiro, com promessas de rendimento entre 10% e 20%.
Além do prejuízo financeiro, há relatos de ameaças envolvendo a divulgação de fotos íntimas. Ainda de acordo com o advogado, o prejuízo das vítimas chega ao valor de R$ 500 mil.
“Nós pedimos ao juiz a prisão preventiva dele. Porque ele não para. Ele é uma máquina de aplicar golpes. Está constrangendo as vítimas com mais crimes. Por isso, entendemos que a única forma de parar é com a prisão”, afirmou o advogado.
Fernanda afirma que o impacto vai além do prejuízo financeiro.
“Eu quero que um cara desse seja impedido de fazer isso com outras pessoas. Ele podia ter destruído a minha vida. Agora tenho uma microempresa e estou com o nome sujo por uma dívida que nem é minha. Quero meu dinheiro de volta — e também evitar que outras pessoas passem por isso”.
Por nota, a defesa de Rodrigo disse que “qualquer suposto prejuízo se deu em razão de desacertos comerciais não relacionados a práticas de condutas penalmente tipificadas”.
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Rodrigo Semprebom foi denunciado por 11 mulheres — Foto: Reprodução
Valores
Uma outra vítima, que preferiu não se identificar, contou que conheceu Rodrigo em São Paulo, por meio de amigos em comum.
Após conversas sobre investimentos, decidiu repassar a ele o dinheiro que havia juntado com o trabalho e parte de uma herança do avô, no valor de R$ 50 mil. Ela chegou a assinar dois contratos com o falso investidor e acreditava estar segura.
“Entrei com um processo de execução de dívidas, que está em andamento”, disse.
Além das duas mulheres, outras nove pessoas afirmam ter sido vítimas de Rodrigo Semprebom. Segundo a defesa delas, foi apresentada à Justiça uma representação criminal por apropriação indébita — quando alguém se apossa dos bens de outra pessoa de forma ilegal.