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Veja publicação original: Violência Doméstica: Em briga de marido e mulher se mete a colher?
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Por Sayonara Moreno
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Quem disse que em briga de marido e mulher não se mete a colher?
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O ditado popular vem se mostrando cada dia mais ultrapassado e pode ser considerado omissão de ajuda a uma vítima de agressão que precisa ser salvar!
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A jornalista Poliana Araújo, de Boa Vista, Roraima, conta que se livrou de ser mais uma nas estatísticas de feminicídio. Ela passou momentos de terror, após terminar com o ex-companheiro, há mais de dez anos.
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Sonora: ” Ele começou a ir mais na minha casa, em momentos em que ele sabia que eu estaria sozinha e passou a me intimidar. Passou a me agredir verbalmente. Sempre finalizava com aquela frase: ‘ se você não for minha, você não vai ser de mais de ninguém’. Ele começou a ir armado. (…) Ele me arrastou e pôs uma faca no meu pescoço. Eu fugi por várias vezes e ele atrás de mim. Uma outra vez, ele me pegou dentro do quarto. Queria transar comigo e eu não quis. Ele pegou o fio do ventilador para me enforcar. ”
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Poliana conseguiu se salvar e hoje conta a história para alertar outras mulheres.
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Os noticiários não param de contar casos diários de violência doméstica, o que, em muitos casos, custou a vida delas.
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O feminicídio faz cerca de 13 vítimas por dia, somente no Brasil, segundo o Mapa da Violência.
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A taxa nos coloca como o quinto país que mais mata mulheres, no mundo, pelo simples fato de serem…mulheres!
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A Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Andreza Colatto, lembra o recente caso, em que imagens de segurança mostram a vítima de feminicídio, Tatiane Spitzner pedindo socorro e gritando, enquanto era agredida pelo marido.
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Para a secretária, a omissão dos vizinhos foi crucial para a morte dela.
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Sonora: “Infelizmente nesses casos horrendos que aconteceram, os vizinhos viram, o porteiro viu. Tanto que até chamaram a polícia. De repente, essa seria uma mulher que não seria mais um número. Se um vizinho tivesse ao menos gritado, sem abrir a porta. Feito um grande barulho, assustado o agressor”.
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A advogada Leila Linhares é coordenadora da entidade CEPIA, de defesa dos direitos Humanos. Ela argumenta que, além de a omissão colocar em risco a vida da vítima, existe uma dificuldade que os homens têm de contestar ou recriminar o comportamento errado de outros homens.
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Sonora: ” Há realmente uma sensação que é como se um homem achasse que o problema da violência não é com ele é com outro homem, outra mulher. (…) Há uma espécie de pudor dos homens não agressores em relação aos homens agressores (…) como se não fosse com eles”.
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Leila Linhares conta, ainda, que, até chegar a situações de violência extrema ou até matar a companheira, o agressor costuma dar indícios do que é capaz. Por isso ela define o feminicídio como “uma tragédia anunciada”.
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Sonora: “Os atos que acabam com o feminicídio são expressão mais cruel de um mecanismo de dominação”.
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A defensora acredita que os problemas podem ser resolvidos de forma cultural, na infância, combatendo o machismo dentro de casa e nas escolas. Mas, enquanto isso não mudar, os acontecimentos mostram que não basta denunciar as agressões no 180 e à polícia.
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É preciso intervir, quando possível: poucos minutos podem custar a vida de milhares de Adrianas, Marílias, Janaínas, Andreias e Tatianes.
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Com a sonorização de Marcos Tavares.
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