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Universidades estaduais contra a violência doméstica

Saiu no site FOLHA DE LONDRINA :

 

Veja publicação original:   Universidades estaduais contra a violência doméstica

 

Núcleo Maria da Penha está presente nas sete instituições estaduais do Paraná

 

A UEL foi a primeira a oferecer o serviço, em 2013; Numape presta atendimento jurídico, psicológico, psicopedagógico e social às mulheres

O Numape (Núcleo Maria da Penha) está hoje presente nas sete universidades estaduais do Paraná. O serviço de atendimento às mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica já era prestado nas universidades de Londrina (a primeira a instalar o espaço, em 2013), de Maringá e do Oeste do Paraná. No último dia 6 de janeiro, tiveram início os atendimentos, também, nas universidades do Centro-Oeste, de Ponta Grossa, do Norte do Paraná e na Estadual do Paraná.

O Numape presta atendimento jurídico, psicológico, psicopedagógico e social às mulheres. As equipes fazem, também, um trabalho socioeducativo, com campanhas e palestras, além da sensibilização do agressor. Os núcleos trabalham em rede e estão diretamente ligados às delegacias e às secretarias municipais da Mulher, aos centros de referência de Assistência Social e centros de Atenção Psicossocial para otimizar o trabalho. Desde 2013, os três primeiros núcleos atenderam aproximadamente 4.500 pessoas, segundo a assessora de Projetos Estratégicos da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sandra Ferreira.

O governo estadual investiu R$ 2,5 milhões para expandir e manter o atendimento desse serviço. O edital, publicado no final de 2017, destinou-se a contratação de profissionais das áreas do Direito, Psicologia, Serviço Social e Pedagogia e para a manutenção dos dez espaços (algumas abrigam mais de um espaço). O valor investido é para 12 meses de execução do projeto. A iniciativa é da Seti, por meio do Programa Universidade Sem Fronteiras. As universidades atuam com as demais instituições e órgãos governamentais que integram e rede de proteção à mulher no Estado.

Podem procurar o Núcleo Maria da Penha as mulheres que já tenham registrado Boletim de Ocorrência e que não possuam condições econômicas para contratar um advogado ou psicólogo. Pelo âmbito jurídico, as mulheres são amparadas pela área cível. A Lei Maria da Penha classifica os tipos de abuso contra a mulher nas categorias violência patrimonial, sexual, física, moral e psicológica.

A coordenadora do Numape da UEL, Claudete Canezin, disse que o núcleo busca dar uma nova perspectiva de vida às mulheres, devolvendo-lhes o controle sobre a situação e sobre a sua integridade física e psicológica. Ela explica que as mulheres chegam muito fragilizadas, sem conhecimento de seus direitos. “Muitas são ameaçadas e pouco ou nada conhecem em relação à efetividade da Lei Maria da Penha e do Direito de Família. Tentamos fazer com que a mulher desenvolva um repertório para lidar com a questão, adquirir habilidades novas para sair da situação.”

Foi o caso de uma moradora de 53 anos, de Londrina, que durante 35 anos sofreu violência verbal e psicológica por parte de seu ex-marido. “Tudo o que eu fazia ele achava ruim, ele ditava regras, brigava, gritava e eu sempre ia aceitando tudo, tinha medo dele e de me separar”, conta, dizendo que a situação mudou quando recorreu ao Numape. “Não sabia dos meus direitos, mas agora vejo tudo diferente e estou aprendendo muito. Hoje, eu acredito que posso ser feliz, comecei a me arrumar, a gostar de mim e quero até voltar a estudar.”

 

 

 

 

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