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Veja publicação original: Uma praia para mulheres muçulmanas
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Alívio para o calor do Líbano e proteção contra olhares masculinos
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Por Vivian Yee e Hwaida Saad
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Alívio para o calor do Líbano e proteção contra olhares masculinos
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JIYEH, Líbano – É chamada a praia das senhoras. O nome sugere pudor; a cena, nem tanto – pelo menos, depois que elas passam pelo funcionário no portão e chegam até um retângulo de areia cor de bronze e mar.
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Ali, retiram os hijabs da cabeça, afastam os véus do rosto. Então, jeans e abayas (os vestidos tradicionais) evaporam, revelando biquínis minúsculos, tankinis e shorts. Embaixo dos guarda-sóis, diante das ondas azuis, duas mulheres estão deitadas de bruços em cadeiras de praia; as costas nuas implicam frentes igualmente nuas. Ao seu redor, óleo de bronzear brilha sobre peles cor de cobre.
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Quando um homem de jet ski se aproxima, uma salva-vidas o adverte com o apito para que se afaste.
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“Os homens”, disse Nada, supervisora de ônibus escolar de Beirute, caminhando dentro d‘água, “são sufocantes”.
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No Líbano, uma fatia do país no Mar Mediterrâneo, as praias públicas e privadas, pagas, se estendem por toda a costa, desde Tiro, no sul, até Tripoli, ao norte. Cartazes exibem modelos de biquínis que promovem loções bronzeadoras. Mas muitas mulheres muçulmanas consideram “haram” – proibido – expor o próprio corpo em frente a um homem que não seja seu marido. As que frequentam praias de mistas com as famílias torram ao sol inteiramente vestidas.
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Daí a criação de “praias para senhoras”, como esta, o Bellevue Beach Club de Jiyeh, a apenas 20 minutos de Beirute. Por 18 dólares por dia, elas podem desfrutar de um pedaço de areia para mulheres conservadoras em meio à mescla cultural do Líbano, que, com suas 18 seitas religiosas reconhecidas e festas que duram a noite inteira, tende a ser mais liberal do ponto de vista social do que outros países árabes.
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Para algumas mulheres, os escrúpulos religiosos exigem uma maior cobertura. Segundo outras, as considerações de estilo e o calor pedem menos. “Aqui, estou livre para ser eu mesma”, disse Rabab Amhaz, 35, dona de casa do Vale do Bekaa, no interior, apontando para o seu tanquini brilhante, e entrou na água.
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Nada, que começou a usar o véu quando casou, aos 14 anos, usava uma camiseta sem mangas com desenhos pretos e brancos e shorts pretos. “Quando você me vê no Facebook , pareço totalmente diferente”, ela disse, com os cabelos grudados na cabeça por causa da água. “Você não me reconheceria”.
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As câmeras são proibidas, para proteger a privacidade. Mas as visitas a vários resorts libaneses sugeriram bem poucas diferenças entre as praias para mulheres e as mistas. Mexericos e odor de narguilé enchem o ar. Lanches, água e sombra são indispensáveis. No clube Bellevue, um homem recolhe os ingressos, mas nenhum outro homem é permitido. O pessoal de serviço composto exclusivamente de mulheres atende ao salão e à piscina. Há uma mulher DJ na tenda onde as banhistas ondulam, balançando os quadris com exuberância.
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Rana Ghalayini, uma enfermeira de Beirute que usa o véu desde que casou aos 23, disse: “A religião é ampla. Trata-se de uma escolha pessoal”.
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As suas razões para usar um traje de banho inteiriço eram um pouco mais mundanas. “Se eu fosse magrela”, ela disse, “usaria um biquíni”.
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