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Tráfico ainda é o maior causador de mortes violentas contra mulheres

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Veja publicação original:  Tráfico ainda é o maior causador de mortes violentas contra mulheres

 

Envolvimento, diz André Garcia, põe em risco a vida das mulheres

Apesar dos casos de feminicídio estarem em evidência no momento, o tráfico de drogas ainda é o maior causador de mortes violentas contra mulheres no Espírito Santo.

 

 

Segundo o secretário de Estado da Segurança, André Garcia, o crime ligado à violência doméstica chama mais atenção e causa mais impacto na sociedade. “A marca do feminicídio é muito forte por ser um crime de preconceito, pautado pelo ódio e pela misoginia. Mas as mulheres hoje, morrem por vários motivos. No momento, elas morrem mais por envolvimento com o tráfico de drogas, os homicídios comuns, do que pela questão de gênero”, explicou.

A marca do feminicídio é muito forte por ser um crime de preconceito, pautado pelo ódio e pela misoginia

André Garcia

E a vítima nem sempre está diretamente envolvida com a venda de drogas quando morre, mas esse tipo de morte, geralmente, tem ligação com a atividade de tráfico.

 

 

Um exemplo é o caso da babá Ingrid Ferreira Lopes, de 20 anos. Ela foi assassinada a tiros após sair de um baile funk, no dia 20 de agosto deste ano, no bairro São José, em Vitória.

 

 

O crime ocorreu por volta das 5 horas, na Travessa da Dificuldade. De acordo com a Polícia Civil, Ingrid havia ido ao Baile do Mandela com a irmã e o cunhado, mas foi embora com um rapaz desconhecido, numa moto.

 

 

No momento em que os dois se aproximaram da casa da irmã dela, dois bandidos armados os abordaram. Os policiais afirmaram que os criminosos atingiram Ingrid com seis tiros no rosto e um na cabeça. Após os disparos, os bandidos fugiram.

 

 

O pai dela, um pedreiro de 47 anos, contou que a filha já havia sido presa por envolvimento com drogas. Apesar de dizer que a jovem não estava mais ligada ao tráfico, revelou que a vítima estaria ligada a criminosos.

 

 

 

“Ele relata que ela era uma pessoa tranquila, que morava na Serra, com a mãe, mas que também frequentava o bairro São José, onde o pai reside. “Ela não tinha problemas no bairro, e não comentou se estava sendo ameaçada. Ela já foi presa por tráfico de drogas, mas não tinha mais envolvimento. O problema eram as amizades erradas”, comentou o pai.

 

 

SEM CRIMES CONTRA MULHER

Dos 78 municípios capixabas, em 42, até nesta sexta-feira (13), nenhum homicídio contra mulher foi registrado. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Em Vila Pavão, por exemplo, no ano passado foram três assassinatos, mesma quantidade da Capital, Vitória. Em 2017 nenhuma morte foi registrada no local.

 

 

AÇÕES NOS MUNICÍPIOS CAMPEÕES DE MORTES

Líder nas estatísticas, Vila Velha deve receber, até novembro, um local de atendimento exclusivo a mulheres violentadas. O Centro de Referência em Atendimento a Mulheres Vítimas de Violência em Vila Velha (Cramvivv) deve ser inaugurado no próximo mês, segundo a secretária municipal de Assistência Social, Ana Cláudia Pereira Simões. “Poderemos fornecer um atendimento exclusivo”, contou.

 

 

Por nota, a Prefeitura de Cariacica informou que presta atendimento às mulheres vítimas de violência nos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) de Itacibá e Campo Grande, onde mantém equipes multidisciplinares com auxílio jurídico, psicológico e social. Lançou ainda o projeto de prevenção “Maria é Mais” que visa a popularização da lei que defende as mulheres da violência sexual, doméstica, psicológica, entre outras.

 

 

Em Vitória, segundo município onde mais morrem mulheres no Estado (empatado com a Serra), oferece diversas ações, como o Botão do Pânico, o Centro de Referência e Atendimento às Mulheres em Situação de Violência (Cramsv) e o Espaço Fala Homem.

 

 

A secretária de Cidadania e Direitos Humanos, Nara Borgo, explicou que esses serviços são de extrema importância. “É preciso evitar novos crimes e fazer com que as vítimas de violência doméstica se recuperem emocionalmente das violências”, conta.

 

 

ALGUNS CASOS

Amanda dos Santos Evangelista

Morta a facadas

Polícia pede a prisão de marido que confessou ter matado a esposa

Mulher é encontrada morta em banheiro de lavanderia em Vila Velha

Rapaz mata jovem de 18 anos durante discussão e morre ao tentar fugir

 

 

A comerciante, de 18 anos, foi assassinada a facadas durante uma briga, na última segunda-feira, em Marcílio de Noronha, Viana. O crime foi praticado pelo motoboy Marks Simon Ramos, 23, que passou mal e morreu após o fato, quando tentava fugir.

 

 

Claudiana Bom Macota

Cova rasa

O corpo da funcionária pública, 35, foi encontrado em meio a uma vegetação na Praia da Gamboa, na última segunda-feira, em Itapemirim, Sul do Estado. Ela estava desaparecida desde o dia 5 deste mês, quando saiu de casa para pagar uma conta. Segundo a Polícia Militar, nas proximidades de onde o corpo estava a polícia encontrou uma cova rasa e uma pá.

 

 

Luiza Mariano da Silva

Recusa

Recusar-se a passar um número de telefone. Foi por esse motivo banal que a universitária de 23 anos foi morta com requintes de crueldade no banheiro da lavanderia em que trabalhava, em Itapoã, Vila Velha. O caso aconteceu no dia 29 de junho. O acusado, Leandro Matheus Marins Silva, 28, marido de uma ex-funcionária do local, foi preso no dia 7 de julho, no serviço, no mesmo bairro do crime. Ele foi condenado a 20 anos de cadeia pela morte de Luiza.

 

 

Deuseni da Conceição Nascimento

Na frente das filhas

Foi na frente das filhas de 9 e 12 anos e do marido que dois bandidos assassinaram, a sangue frio, a autônoma de 33 anos, no bairro Prolar, em Cariacica. O crime aconteceu no dia 16 de julho, e a vítima levou um tiro na cabeça, à queima roupa, dentro da cozinha da própria casa. A motivação continua sendo investigada pela polícia.

Amanda S. Evangelista, Luiza Mariano da Silva e Claudiana Bom Macota foram vítimas

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