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Atlético repudiou os casos de violência e prometeu agir; Minas Arena disse que está apurando as denúncias
Superado o ápice da pandemia de COVID-19, a volta em grande número dos torcedores aos estádios trouxe um velho drama à tona: o assédio sexual sofrido pelas mulheres. Nos últimos dois jogos do Atlético no Mineirão, dois boletins de ocorrência foram lavrados em decorrência desse tipo de violência. O Galo disse que se solidariza com as vítimas e promete agir para tentar acabar com essa situação de desrespeito. A Minas Arena entregou as imagens do circuito interno de vigilância, com o flagrante, às Polícias Militar e Civil.
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Após a vitória do Atlético sobre o Corinthians, por 3 a 0, nessa quarta-feira, Débora Cotta , de 25 anos, relatou o constrangimento que viveu. “No começo do segundo tempo, eu fui buscar cerveja quando um homem veio até mim, me agarrou e me deu um beijo na boca à força. Logo, ele saiu correndo, eu fui atrás, e na hora da raiva eu bati nele com chutes e socos. E, pasmem, enquanto eu gritava que ele tinha acabado de me agarrar, a única pessoa que me ajudou foi uma moça, que me abraçou e me levou até os guardas”, disse.
Débora reclamou da gestão de segurança da Minas Arena, que administra o estádio. “Solicitei ajuda dos guardas do Mineirão, e a resposta que eles me deram foi: ‘você tem testemunha? Onde está o cara?’. Falei para eles que ele tinha corrido e que eu precisava que eles fizessem algo. A resposta foi: ‘procura a polícia’. Essa foi a assistência que o Mineirão meu deu. Descaso total. Algum tempo depois, eu chorando, desesperada, veio um guarda até mim e me levou até a polícia. Lá eu fiz o BO, e na mesma hora a polícia pegou as câmeras do Mineirão”, disse.
“Eles conseguiram resgatar as imagens do assédio. O policial que me atendeu foi o mesmo que atendeu ao caso de assédio da semana passada, no jogo do Galo e Grêmio, no qual o Mineirão teve o mesmo descaso com a moça assediada. Nunca tinha passado por algo assim, e não desejo isso pra ninguém. Estou com um sentimento que não sei explicar. E o descaso do Mineirão com essa situação me deixou pior”, acrescentou.
O Superesportes entrou em contato com a Polícia Militar , que confirmou que as câmeras do estádio captaram os fatos narrados pela torcedora. A violência contra Débora ocorreu às 20h07 dessa quarta-feira, no nível amarelo, anéis de acesso 321 e 322. O torcedor tinha cor parda, camisa do Atlético e bermuda. Apesar das imagens, ele não foi localizado.