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“Tinha 13 anos e ele 23”: por que romantizamos casos como o Paula, do BBB?

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original: “Tinha 13 anos e ele 23”: por que romantizamos casos como o Paula, do BBB?

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Por Ana Bardella

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Em diálogo no BBB 19, a participante Paula, que tem sido protagonista de muitas polêmicas, fez uma revelação sobre a vida pessoal. Ela disse que quando tinha 13 anos “pegou” um rapaz de 23. “Isso hoje em dia…”, comentou, sem completar a frase. Maycon, que participava da conversa, questionou sobre a perda da sua virgindade. A mineira respondeu: “Nunca aconteceu isso comigo”. Com isso, riram e continuaram falando sobre relacionamentos.

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Um crime romantizado

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Pela lei, qualquer ato libidinoso praticado com menores de 14 anos é configurado como estupro de vulnerável e pode render reclusão de 8 a 15 anos. No entanto, não é difícil encontrar histórias como a de Paula, principalmente envolvendo homens mais velhos e meninas mais jovens.

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“Estes casos são normalizados pela nossa cultura”, opina Deborah de Mari, fundadora da plataforma educativa de liderança “Força Meninas”. Como exemplo, cita a obra literária “Lolita”, romance de 1955 escrito por Vladimir Nabokovque que trouxe ao imaginário coletivo a figura da menina sedutora e do homem seduzido. “A obra ajudou na propagação do mito de que quanto mais jovem uma garota, mais sexy ela é”, aponta.

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“Sua ideia principal ainda está enraizada na nossa cultura: basta acompanharmos algumas personagens de novela e a cena musical, na qual o termo ‘novinha’ aparece em diversas canções de sucesso”, argumenta. Dados do site de pornografia Pornhub também revelam que o termo está entre os mais buscados no país.

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“Madura para a idade”

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Deborah relembra que relacionamos de maneira errônea o desenvolvimento físico e a maturidade psicossocial. “Sendo a adolescência a etapa da vida responsável pelo desenvolvimento da própria identidade e da autonomia, é um equívoco acreditarmos que meninas têm maturidade suficiente para lidarem com conflitos da vida adulta”, defende.

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“Meninas crescem com a compreensão de que têm valor quando são sexualmente desejadas. Esta dinâmica é alimentada pelos padrões de beleza e pelas mídias que erotizam seus corpos cada vez mais cedo. Muitas mães têm dificuldade em encontrar roupas para as filhas que não sejam justas e curtas. Quem não atende ao padrão, sofre por não pertencer a esse universo”, completa.

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Consequências negativas da erotização

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Deborah explica que envolvimentos precoces podem levar as garotas a iniciarem sua vida sexual cada vez mais cedo, ficando expostas a doenças venéreas e gravidez, o que favorece a desistência escolar. “No caso daquelas que vivem em situação de vulnerabilidade, pode existir dependência econômica e índices mais elevados de violência doméstica”, detalha.

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Além disso, pontua que adolescentes são as principais vítimas do crime de vazamento de fotos íntimas, já que, na maior parte das vezes, a autoestima baixa pode levá-las ao compartilhamento desse material em busca de aceitação e pertencimento. “Já com o passar dos anos, a tendência é apresentarem problemas relacionados à saúde mental, tais como depressão e ansiedade”, finaliza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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