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Thiago Brennand é condenado a pagar R$ 60 mil de indenização por danos morais a advogada

Saiu no site O GLOBO

 

O empresário Thiago Brennand foi condenado a pagar uma indenização no valor de R$ 60 mil a advogada Gabriela Manssur, em um processo em que ela o acusava de calúnia por declarações feitas em outubro de 2022. Na ocasião, Brennand chamou a advogada de “bandida”, “maloqueira” e “canalha”.
— Lamentáveis estas falas, o que demonstra como o senhor Brennand visualiza as mulheres com um olhar sexista, misógino que desqualifica e desrespeita uma advogada que estava apenas exercendo o seu trabalho — disse Gabriela ao GLOBO.

A advogada afirma, ainda, que as atitudes de Brennand tinham o intuito de desqualificar a advogada das vítimas “apenas por ela ser mulher e não pela a sua atuação técnica”. Brennand está preso preventivamente desde abril do ano passado, depois de ter sido extraditado de volta ao Brasil sob acusações de uma série de crimes contra mulheres.

— O tom utilizado nos vídeos pelo acusado são misóginos e agressivos, é um cidadão que cometeu crimes gravíssimos em razão do gênero. As falas do senhor Brennand ecoam o descaso com a justiça, visivelmente ele demonstra uma grande sensação de impunidade diante do seu alto poder aquisitivo — afirmou Gabriela.

Além das três condenações, o empresário firmou acordos para encerrar dois processos judiciais: o de um garçom que o acusava por injúria em Porto Feliz e o do caseiro do condomínio de luxo onde Brennand morava, que havia sido ameaçado e chamado de “vagabundo” pelo empresário. Para este, Brennand aceitou pagar R$ 18 mil para encerrar a ação penal. Há ainda outros quatro processos em tramitação na Justiça paulista contra o empresário.

Nova condenação

 

Na primeira vez em que Brennand foi condenado, a sentença assinada pelo juiz Israel Salu, de Porto Feliz, impôs a ele uma pena de dez anos e seis meses de reclusão por crime sexual contra uma ex-namorada americana. O empresário também foi condenado a um ano e oito meses encarcerado por agressão à modelo Alliny Helena Gomes, ocorrida em agosto de 2022, em uma academia de luxo de São Paulo. Somadas, as penas alcançam 20 anos e dois meses.

A nova condenação de Brennand se refere a acusações feitas por uma mulher que disse ter sido obrigada a fazer sexo sem uso de preservativo contra sua vontade quando esteve na casa do empresário no condomínio de luxo.

A mulher declarou que foi convidada por Brennand para fazer uma massagem no dia 31 de março de 2022. Esperava fazer o serviço na capital paulista, mas Brennand pediu para que ela fosse à sua casa no interior. Foi acompanhada por uma amiga e chegou ao local já tarde da noite, após as 23h.

A mulher relatou que Brennand mostrou a elas sua coleção de armas antes de levá-las ao quarto. “Isso me questionar se ele fez isso por puro ego ou para causar algum tipo de intimidação nas vítimas, já que sua intenção era violentar”, declarou a mulher em depoimento encaminhado ao MP-SP.

Segundo a vítima, Brennand mandou sua colega sair do quarto e, dirigindo-se a ela, pediu para fazer sexo sem camisinha, o que ela recusou. “Ele começou a falar de forma super rude, e seu quarto estava cheio de armas expostas. Ele pediu para que eu deitasse na frente dele, e pediu para eu não ter medo! A essa altura, eu já estava com muito medo. Eu estava distante de tudo, ninguém sabia que eu estava ali, só tinha funcionários de anos, aparentemente de confiança dele. Não dava para correr, nem gritar, não dava para fazer nada! Então nesse momento ele abusou de mim. Fez exatamente o que eu não queria, sem meu consentimento, mesmo eu tendo falado que não queria!”, declarou.

Ao GLOBO, o advogado que representa Brennand, Roberto Podval, classificou como “triste” a condenação e manifestou confiança na reversão da sentença nas instâncias superiores. “Embora já deveria estar acostumado com as dificuldades em se buscar justiça nos casos midiáticos, é sempre triste constatar que certas coisas ainda não mudaram. Tenho certeza que nos tribunais as provas terão mais valor que as manchetes”, disse.

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