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Veja publicação original: Thais Bilhalba: Uma verdadeira mulher de pequenos grandes negócios
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“Planejamento é bem simples: tens que saber aonde queres chegar. Aí, é só fazer o passo a passo até chegar onde estás hoje”, disse, em entrevista ao HuffPost Brasil.
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Thais Sainara Peretto Picaz Bilhalba, aos 35 anos, é uma mulher de negócios. Pequenos negócios, por enquanto, mas a postura é de uma verdadeira executiva. À frente da DiRaça Pet, microempresa que faturou 268 mil reais em 2017, ela faz grandes planos entre pacotes de ração para cachorros e gatos: neste ano, vai mudar de faixa de faturamento, atingindo os 360 mil reais anuais, e se tornar uma pequena empresa, de fato; no ano que vem, pretende adquirir um pavilhão cinco vezes maior do que o espaço que ocupa hoje; e, daqui a 14 anos (quando tiver 50), projeta chegar a 1,5 milhão de reais e se aposentar – ou, como diz, “trabalhar por esporte”.
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Thais sempre soube que queria empreender. “Com 12 anos, eu fazia pastel para vender no colégio. Olhava o que o bar da escola não vendia e ia fazer para vender”. No ensino médio, cursou técnico em administração em uma escola estadual de Cachoeirinha, cidade na região metropolitana de Porto Alegre onde mora e trabalha até hoje. Aos 25 anos, foi trabalhar em recursos humanos em uma empresa local. “Não gostei. Logo fico impaciente em um escritório, quero saber o que está acontecendo lá fora”, contou, em entrevista ao HuffPost Brasil.
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“Comecei a observar, anotar os produtos que faltavam, como funcionava a entrega, por exemplo. Fiz um plano de negócios, que te mostra o que precisas saber antes de investir.”
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No período em que foi funcionária, juntou dinheiro e fez pesquisas para montar o próprio negócio. “É para isso que eu sirvo, é isso que sei fazer”. A escolha do segmento foi natural para a então dona de sete cachorros (hoje, são “só” quatro). “Como eu ia muito a pet shops, comecei a observar, anotar os produtos que faltavam, como funcionava a entrega, por exemplo. Fiz um plano de negócios, que te mostra o que precisas saber antes de investir”, ensina.
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“Nem sempre fui assim, fazia muita coisa por impulso. Mas aí comecei a parar para analisar por que algumas coisas não davam certo. Comecei a planejar melhor.”
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Thais não tem e nem acha que necessita de um curso superior. “Todo mundo precisa de conhecimento, mas é uma questão de oportunidade. Isso vai me ajudar a chegar no um milhão e meio?”. Tudo é uma questão de planejamento para a empresária, e o atual não inclui uma faculdade. Adepta do método de organização bullet journal, ela não sai de casa sem a agendinha com capa de couro e páginas coloridas. Ali, anota tudo o que precisa fazer, as ideias que surgem mesmo em momentos inoportunos, e as metas que quer atingir – seja até o final do dia ou do ano. “Planejamento é bem simples: tens que saber aonde queres chegar. Aí, é só fazer o passo a passo até chegar onde estás hoje.”
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“Eu sempre fui muito impulsiva. Hoje, só corro riscos calculados.”
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A vida de Thais é traçada de trás para a frente. Se o próximo objetivo é vencer o MPE Brasil 2019, um Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas realizado pelo Sebrae, então a lista da empresária é mais ou menos assim, incluindo tudo o que precisa acontecer até chegar lá:
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– DATA 5: entrega do prêmio/viagem para Brasília
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– DATA 4: determinar quem me cobre na empresa
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– DATA 3: auditoria na empresa
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– DATA 2: fazer inscrição no prêmio
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– DATA 1: reunir documentos para inscrição
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Foi assim que ela levou a prata entre mais de 11 mil inscritas no prêmio nacional Mulher de Negócios, também do Sebrae, em 2015 (na época ainda era uma microempresa individual). Tudo é feito com base nas metas traçadas. “Se alguém me faz uma proposta de negócio, eu primeiro penso na minha meta daqui a cinco anos: isso me leva até lá?”. É por isso, por exemplo, que a empreendedora comprou a sala comercial que ocupa há 10 anos, seis anos antes de abrir o próprio negócio. “Eu sempre fui muito impulsiva. Hoje, só corro riscos calculados”.
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“Se alguém me faz uma proposta de negócio, eu primeiro penso na minha meta daqui a cinco anos: isso me leva até lá?”
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Há dois anos, tem a companhia do marido, que presta serviços de forma terceirizada à DiRaça, nas jornadas de seis dias por semana de trabalho. O futuro a ninguém pertence, mas o de Thais já está pelo menos traçado. “Meu plano é, com 50 anos, escrever um livro, virar palestrante. Fui ao banco e sentei com o gerente, e ele me ajudou a calcular que, para viver de forma confortável, preciso de 1,5 milhão daqui a 14 anos”. Para chegar lá, Thais sabe que precisa investir no negócio e fazer a empresa crescer. Disposição não falta.
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Ficha Técnica #TodoDiaDelas
Texto: Isabel Marchezan
Imagem: Caroline Bicocchi
Edição: Andréa Martinelli
Figurino: C&A
Realização: RYOT Studio Brasil
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