Saiu no site G1
Veja publicação original: ‘Taxa rosa’: por que produtos para as mulheres são mais caros?
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Por Samy Dana
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Existe há décadas a crença de que produtos custam mais quando são para mulheres mesmo que exista um equivalente para homens e mulheres ou mesmo só para os homens. O fenômeno fez surgir entre economistas e algumas vozes críticas o termo “taxa rosa”.
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Mas será verdade que elas pagam mais?
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Qualquer mulher que vá ao supermercado poderá dizer que sim. E provavelmente estará certa. Muitos produtos e serviços para mulheres realmente são mais caros.
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Em 2015, o Departamento de Assuntos do Consumidor de Nova York publicou um estudo, co-assinado pelo próprio prefeito, Bill de Blasio, de que produtos para mulheres e para meninas na cidade custavam 7% a mais do que para homens e para meninos. Isso incluía vestuário, brinquedos e produtos de beleza, entre outros.
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Imagine que você vai comprar um patinete de brinquedo para dar de presente. Se for um vermelho, para um menino, custa na cidade o equivalente a R$ 100. Mas rosa, para meninas, terá de gastar R$ 200. É um dos exemplos compilados no estudo. Nas roupas, em média, as mulheres pagam US$ 4 a mais e nos cuidados pessoais os produtos custam 13% a mais.
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O governo da Califórnia estimou, em 2012, que todos os anos as mulheres precisam gastar US$ 1.351 a mais do que os homens pelos mesmos produtos. Os números são americanos, mas estudos na França, na Espanha e no Canadá encontraram dados parecidos e não há nada que indique se não se repetem no mundo todo.
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A explicação não é necessariamente uma conspiração contra as mulheres. Muitos empresas alegam que os serviços, como cabeleireiro e os tratamentos de beleza, são mais caros pois demandam mais produtos e mais horas dos profissionais envolvidos.
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Dados históricos mostram que elas consomem mais as tendências da moda e são mais abertas a experimentar novos produtos, que custam mais caro. Há ainda á o argumento de que alguns mercados como os de produtos de beleza masculinos ainda são relativamente recentes, exigindo preços mais baixos para formar um público.
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E nem sempre as diferenças prejudicam as mulheres. Um exemplo é o seguro de veículos. Por serem mais cuidadosas, as motoristas com menos de 35 anos pagam em média 28% a menos pela cobertura do que os homens da mesma idade no Brasil, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
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Mas no geral os preços maiores elevam os custos para as mulheres e, diante do gap de gênero, o fato de que ganham menos do que os homens, há uma dupla penalização do poder de compra delas. O que pode ser feito?
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Julie Manin, coautora do estudo sobre Nova York, sugere que as mulheres passem a comprar, como ela mesma faz, alguns produtos nas prateleiras masculinas, abandonando seus equivalentes femininos mais caros quando for possível. Barbeadores para homens, por exemplo, custam 20% a menos e, muitas vezes, a única diferença para um depilador feminino com lâminas é a cor.
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Escovas de dentes, assim como desodorantes e xampus, muitas vezes servem às necessidades de ambos os gêneros, já que os componentes são os mesmos. Dá um pouco mais de trabalho pesquisar, mas o melhor combate nesse caso é o comportamento do consumidor.
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