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Taxa de assassinato de mulheres negras cresce 22% em 10 anos

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Redução de homicídios entre integrantes do sexo feminino de outras raças foi de 7,3% no mesmo período analisado por estudo do Ipea

Em uma década, a taxa de assassinato de mulheres negras do Brasil subiu 22%. O índice de violência é ainda mais alarmante porque no mesmo período, entre 2005 e 2015, o índice diminuiu significativamente entre mulheres de outros grupos raciais, nos quais ocorreu uma redução de 7,4% nos homicídios.

A população negra, por sinal, é a maior vítima dos quase 60 mil homicídios que ocorrem anualmente no país. Segundo o Atlas da Violência 2017, elaborado pelo  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.

Cerca de 4.621 mulheres foram mortas em território brasileiro em 2015, último ano analisado na pesquisa – no decênio, o aumento foi de 18,9%. Do total de vítimas, 65,3% eram negras.

 

Na década estudada, houve um aumento de 7,3% na taxa de mortes violentas com vítimas do sexo feminino. Entre as mulheres não negras, porém, o índice foi abaixo da média nacional no período, com uma redução de 7,4%. Já entre as negras a taxa sofreu um acréscimo de 22%.

Em 2015, último ano da série histórica, a média brasileira foi de 4,4 mulheres assassinadas a cada 100 mil. Entre as não negras, foram 3,1 homicídios no mesmo espectro populacional, enquanto entre as negras o número de mortes foi de 5,2.

 

O Atlas ressalta que “a combinação entre desigualdade de gênero e racismo é extremamente perversa e configura variável fundamental para compreendermos a violência letal contra a mulher no país”.

No quadro geral, o estudo ainda alerta que os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim), usados pelo Ipea, não tornam possível identificar que parcela dos homicídios foram motivados por feminicídio, crime hediondo caracterizado por violência doméstica e discriminação à condição de mulher.

Em 2015, os Estados onde mais mulheres foram mortas – em relação às suas populações, não em números absolutos – foram Roraima, Goiás e Mato Grosso. Já as unidades federativas que tiveram a menor taxa de integrantes do sexo feminino assassinadas foram São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal.

 

 

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