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Sororidade em 2017: as principais ações de mulheres para ajudar mulheres

Saiu no site AGÊNCIA PATRICIA GALVÃO:

 

Veja publicação original:    Sororidade em 2017: as principais ações de mulheres para ajudar mulheres

 

“A crise política persistente favoreceu a união de mulheres pela luta por direitos. Há uma força, em particular com as novas gerações, para o futuro. 2017 foi um ano marcante para todas nós.” A frase é da antropóloga e pesquisadora brasileira Debora Diniz, uma das lideranças femininas de um momento no qual iniciativas de mulheres para ajudar mulheres vieram aos montes.

 

 

(UOL, 20/12/2017 – acesse no site de origem)

Aqui, listamos as principais ações*, encabeçadas por mulheres, que estão contribuindo para fazer do mundo um lugar mais acolhedor e igualitário para todxs.

 

 

1. #MeToo 

A denúncia de assédio que derrubou o renomado produtor Harvey  Weinstein dos lugares mais privilegiados de Hollywood, incluindo a própria empresa, foi o impulso para que outras denúncias passassem a acontecer. Por meio da hashtag #MeToo, também utilizada no Brasil como #EuTambém, mulheres da indústria, de empregadas dos bastidores até atrizes famosas, começaram a relatar suas histórias de abuso sexual.

 

 

2. Women’s March

Em janeiro, as mulheres estadunidenses e residentes dos Estados Unidos marcharam em protesto à posse de Donald Trump, eleito presidente, por conta de seus discursos preconceituosos contra grupos minorizados e por ter sido acusado de assédio por diversas mulheres. As principais demandas pautadas na Marcha e, consequentemente, cobranças ao novo presidente foram as reformas nas leis de imigração, a garantia de saúde e direitos reprodutivos, os direitos para a população LGBTQ, igualdade racial, liberdade de religião e direitos dos trabalhadores.

 

 

3. Beta, o robô feminista

Beta (ou Betânia) é uma robô feminista para informar e auxiliar as mulheres na luta pelo seus direitos. Por trás dela está Mariana Ribeiro, líder da equipe de programadores que deu o “tom de voz” à robô –cujas respostas são acompanhadas de emojis e hashtags– e a “ensinou” sobre os direitos fundamentais das mulheres. Quando uma pauta importante às mulheres está para ser debatida em Brasília, Beta envia mensagens a seus mais de 15 mil seguidores com instruções e estratégias para se posicionar contra.

 

 

4. Eu Vou Contar

É uma campanha iniciada pela Anis – Instituto de Bioética para ouvir histórias de aborto. Não é um confessionário, pois não há penitência. É só um encontro entre vozes e memórias. Debora Diniz é uma das responsáveis pela legalização do aborto em casos de feto anencéfalo no Brasil e líder da campanha #EuVouContar. É ela então quem recebe, diretamente, relatos de mulheres que abortaram há mais de oito anos, quando o ato, ainda criminoso, prescreve.

 

 

5. Um aborto (seguro) para Rebeca & Um emprego para Rebeca

Mais uma vez Debora Diniz. Através da ONG que lidera, a Anis – Instituto Bioética, e junto com o PSOL, ela pediu ao STF o direito da estudante Rebeca Mendes Leite de interromper uma gravidez indesejada de forma legal e segura. O pedido foi indeferido pelo Supremo, mas Rebeca não se viu desamparada. Com ajuda da Anis, a estudante viajou à Colômbia e realizou o procedimento protegida pelas legislação do país.

 

Em um segundo momento, a ONG, em pareceria com outra ONG, a Think Olga, iniciou uma campanha para que Rebeca conseguisse um emprego. “Ela foi a primeira mulher a pedir ao STF o direito a um aborto seguro. Em fevereiro de 2018, ela estará desempregada com dois filhos para sustentar e uma faculdade de direito por terminar – e nós sabemos que a exposição do seu caso pode gerar grande discriminação no mercado de trabalho.”

 

 

6. União de Mães de anjos

É uma organização pernambucana formada por mais de 300 mães de filhos afetados pela epidemia de zika. Criada no fim de 2015, elas reivindicam que o Estado garanta a assistência médica e pague o Benefício de Prestação Continuada (BPC) às famílias afetadas. Em Julho, as mães se organizaram e realizaram um ato em Recife, exigindo respostas mais eficazes do governo, motivadas pelo falecimento de três crianças no mês anterior, decorrentes da assistência inadequada. São as famílias afetadas por uma epidemia que saiu dos holofotes e que agora contam apenas com elas mesmas para enfrentar as consequências do descaso do Estado.

 

 

7. Disk Denúncia do Magazine Luiza

O assassinato de uma funcionária por seu próprio marido no começo de julho levou Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza a implementar um disque-denúncia interno. Um serviço exclusivo para funcionários denunciarem crimes de violência doméstica e familiar contra as mulheres da empresa. A empresa oferece às vítimas apoio jurídico e psicológico e auxílio para informar o crime às autoridades policiais.

 

 

8. Gordas em Cena

Criado pelas ativistas Danubia Kessia Muniz, Flávia Nascimento, Milly Costa e Sandra Santos o Gordas em Cena é um ciclo de debates que se propõe a discutir gordofobia estrutural na cidade de Salvador, mas também na internet. Durante todo mês de outubro, elas realizaram encontros na capital soteropolitana e falaram da questão em suas mais variadas instâncias: legislação, corpo político, infância, violência de gênero, maternidade, mercado de trabalho, saúde, política, mulheres LBTs e transsexualidade, mídia e acessibilidade.

 

 

9. #MexeucomUmaMexeuComTodas

A hashtag foi uma das reações de mulheres à denúncia de assédio sexual que a figurinista Su Tonani fez contra o ator José Mayer. Após o relato no blog  #AgoraÉQueSãoElas, do jornal Folha de S. Paulo, Su foi desacreditada, demitida e processada pelo ator. No mesmo dia da denúncia, atrizes e mulheres comuns vestiram a camisa contra o assédio, em um movimento que se disseminou para reafirmar que a culpa do assédio nunca é da vítima.

 

 

10. Hub das Pretas

O projeto, que envolve diferentes coletivos de jovens negras atuantes no combate ao racismo e sexismo em quatro cidades brasileiras (Brasília, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo) lançou, em 2017, a web série “Sonho de Preta Conta”. Viviane Ferreira é quem dirige, fazendo também o roteiro juntamente a Larissa Fulana de Tal, duas baianas expoentes do cinema brasileiro contemporâneo. A produção contou com muitas outras mãos femininas.

 

 

11. Mother Nature needs her daughters

O programa da Homeward Bound reuniu o maior grupo de cientistas a trabalhar em conjunto na Antártica, todas mulheres. São 76 especialistas, na faixa de 25 e 65 anos, entre cientistas, biólogas marinhas e médicas, trabalhado juntas durante todo o ano.

 

 

12. #PrimaveraDasMulheres

Antonia Pellegrino e Isabel Nascimento e Silva são, respectivamente, roteirista e diretora do documentário #PrimaveraDasMulheres, lançado em outubro deste ano. O longa propõe-se a mostrar as diferentes vozes que compõem o feminismo no Brasil. Ou melhor, os feminismos, já que o movimento é formado por diferentes vertentes de mulheres das mais variadas origens, idades, sexualidades, raças e classes sociais.

 

 

13. Coletiva Luana Barbosa

A Coletiva (assim mesmo, no feminino) formada por nove mulheres lésbicas ou bissexuais, negras e periféricas lançou, em abril, o documentário “Eu sou a próxima”, que reúne relatos de agressões e mortes de mulheres lésbicas, especialmente as negras. O filme foi feito de maneira independente pela Coletiva para expor a vulnerabilidade deste grupo – inspirada pela história de Luana, que morreu por ser mulher, negra, lésbica e periférica.

 

 

14. #MagicMinas 

O time de basquete fundado em 2016 por mulheres a partir de um aulão promovido pela Olga Esporte Clube, o projeto de empoderamento feminino por meio dos esportes da Think Olga, tem o objetivo de facilitar o contato das mulheres com os esportes coletivos – no caso, o basquete. Elas treinam três vezes por semana em São Paulo, na Praça Rotary. No entanto, começaram a ser hostilizadas pelos homens do local, que não gostaram da ideia de dividir espaço com as mulheres. Por conta disso, organizaram o #OccupyRotary, que levou mais de cem mulheres, inclusive a medalhista olímpica Magic Paula, às quadras da Praça.

 

 

15. Perifeminas FC

O time de futebol feminino do extremo Sul de São Paulo veio para mostrar que futebol também é coisa de mulher. Em 2017, as fundadoras passaram a atuar ainda mais politicamente em seus territórios, promovendo debates e rodas de conversas sobre assuntos relacionados às mulheres (como sexualidade, feminismo e sororidade), além de clubes de livro e saraus.

 

 

* A lista foi produzida com a consulta de uma outra lista: Mulheres Inspiradoras de 2017, publicada em dezembro pela ONG feminista Think Olga.

 

 

 

 

 

 

 

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