Saiu no hysteria.
Veja a Publicação original.
A última agressão aconteceu no início da pandemia e a levou a procurar ajuda. Fez o B.O. online e conta que após dois dias recebeu uma ligação agendando um horário para comparecer à Delegacia da Mulher. “Fui atendida rapidamente, dei meu depoimento para uma escrivã que foi paciente e me pediu os detalhes do ocorrido. Nesse dia, fiz o pedido da medida protetiva e saiu depois de dois dias.”
Daniela é parte de um grupo grande de brasileiras: só em 2018, mais de 263 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica com lesão corporal, segundo o Anuário do Fórum de Segurança Pública. No entanto, poucas mulheres podem contar com o acolhimento que Daniela encontrou na delegacia especializada.
Existem apenas 400 delegacias especializadas de atendimento à mulher no país, distribuídas em 374 cidades brasileiras, segundo levantamento inédito realizado pela Revista AzMina. Isso quer dizer que em 93% dos municípios do país (o Brasil tem pouco mais de 5,5 mil municípios) a mulher que sofrer violência doméstica tem que buscar atendimento em uma delegacia comum.
E mais: das delegacias especializadas, somente 15% funcionam 24 horas. Para entender o problema: a Norma Técnica de Padronização das Delegacias da Mulher, de 2010, diz que para municípios de até 300 mil habitantes deve haver ao menos duas delegacias especializadas na cidade – o número aumenta conforme aumenta a população – e todas devem funcionar 24 horas.