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Série mostra a realidade no melhor e no 2º pior país do mundo para uma mulher

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação original:  Série mostra a realidade no melhor e no 2º pior país do mundo para uma mulher|

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#OFuturoÉFeminino, nova série do GNT, vai mostrar a realidade na Islândia e Paquistão, traçando um paralelo com a realidade brasileira

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Em uma viagem por Islândia, Paquistão e Brasil, as jornalistas e feministas Claudia AlvesFernanda Prestes Bárbara Bárcia foram em busca de histórias, experiências e mulheres que tratam a questão da desigualdade de gênero para mostrar na série #OFuturoÉFeminino, do GNT.

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Da islandesa que foi a primeira mulher a ser eleita presidente no mundo, à documentarista paquistanesa vencedora de dois Oscars por seus filmes denunciando a violência doméstica, passando pela ex-Pantera Negra Angela Davis e a promotora e colunista deMarie ClaireGabriela Mansur, que cuida do caso João de Deus, estão todas presentes na série de cinco episódios, com exibição as quartas-feiras, às 23h30.

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Em conversa com a Marie Claire, Claudia Alves, conta como a ideia da série surgiu e dos bastidores das gravações. Confira:

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Marie Claire. Como surgiu a ideia de fazer a série O Futuro é Feminino?
Claudia Alves. 
Surgiu de uma vontade de fazermos conteúdo audiovisual focado em mulheres. Queríamos conhecer diferentes realidades e lutas e, durante nossas pesquisas, acabamos esbarrando no ranking mundial de igualdade de gênero (Gender Gap Report), divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Ficamos muito curiosas com as peculiaridades. A Islândia, por exemplo, estava liderando há 10 anos. O que será que fazia esse país tão pouco populoso estar ali? Nos assustamos também quando vimos que o Brasil tinha caído cinco posições de 2017 para 2018. Buscando essas particularidades, chegamos na ideia de uma série documental que mostrasse essas diferentes realidades, culturas e mulheres. O que é feminismo para elas? Quais as principais pautas de cada país? Quais são as conquistas? A gente procurou a BASE 1 Filmes, produtora audiovisual responsável pelo “Que Mundo é Esse?” e o André Fran, sócio da BASE1, acreditou no projeto de cara. Começamos a estruturar tudo pra apresentar pro GNT. No meio disso, o próprio GNT procurou a produtora pedindo por um “Que Mundo É Esse?” feminino. A gente brinca que foi um casamento a três perfeito, né?!

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MC. Vocês foram até a Islândia mostrar como é o pais em relação ao feminismo. Com o que vocês ficaram mais chocadas?
CA.
 Claro que os avanços chamam nossa atenção: o acesso a creches e licença paternidade, a efetividade das políticas públicas, o número de mulheres em cargos políticos. Mas o que nos causa choque é saber o que mesmo lá a violência doméstica ainda é um problema e um tabu. Isso só mostra como o machismo é naturalizado nas culturas e como a luta é constante.

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MC. E a ida ao Paquistão? Temos certeza que deve ter marcado vocês…
CA. A ida ao Paquistão foi especial.  A gente sabia que ia falar de temas muito delicados lá, mas a gente não tinha ainda ideia das mulheres potentes que conheceríamos. Foram encontros fortes e que nos marcaram muito enquanto jornalistas e feministas. Conversamos com a Sharmeen Obeid-Chinoy, documentarista que já ganhou duas vezes o Oscar, com mulheres engajadas em lutas por ocupação de espaços públicos e com meninas da nova geração que são muito esclarecidas quando falam de machismo e de opressão. Para nós, ouvir cada uma daquelas mulheres só nos fortaleceu para seguir na luta e seguir apoiando outras mulheres.

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#OFuturoÉFeminino, nova série do GNT, vai mostrar a realidade na Islândia e Paquistão, traçando um paralelo com a realidade brasileira (Foto: Divulgação)

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MC. Qual foi o momento mais difícil durante as gravações?
CA
. Tivemos muitos momentos que nos emocionaram. No Brasil destacamos a nossa conversa com a promotora de justiça Gabriela Mansur. Na época ela estava nas oitivas do caso de João de Deus e nos cedeu tempo e espaço para dialogar. Durante toda nossa conversa,  ela dividiu o quanto em muitos momentos a luta é solitária, que é preciso acolher e nos mostrou a importância de sempre escutar e estar ao lado de outras mulheres.
Já na Islandia, conversar com a primeira mulher a ser eleita presidente no mundo, Vigdis Finnbogadóttir, foi de emoção pela coragem e inspiração para nós. Por último, no Paquistão, participamos de um momento que havia uma conciliação familiar, e mesmo sem entender a língua que estava sendo falada, pela linguagem corporal entendemos que havia um pai que estava tentando ser seus filhos de volta, porém ele cometia assédio com uma das filhas e agredia os demais. Aquela cena nos deixou muito tocadas e percebemos o quanto temos casos tão similares aqui no Brasil.

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MC. Falando sobre o Brasil, o que falta para o País ser considerado feminista?
CA. 
Falta bastante, né? Se considerarmos ainda que o Brasil caiu 5 posições do ranking de 2017 pra 2018 então, a situação fica ainda mais agravante. Mas acreditamos que aqui o problema mais urgente seja o da violência contra a mulher e feminicídio. Nosso país é o quinto que mais mata mulheres no mundo. Foram 16 milhões de mulheres vítimas de violência só em 2018. É assustador. Mais ainda quando falamos das mulheres negras: o feminicídio entre elas aumentou 8% de acordo com o último Atlas da Violência. Faltam aqui no Brasil, principalmente, políticas públicas efetivas pro acolhimento dessas mulheres e solução desses casos de violência. Além, claro, de uma mudança de mentalidade da população que não só julga como culpabiliza a mulher que tá dentro de um relacionamento abusivo e violento. Mas acreditamos que isso, muitas vezes, tem que ser interiorizado com leis.

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MC. Muitas mulheres ainda acham que o feminismo é não se depilar. O que falta para elas aprendem mais sobre o assunto?
CA.
 Falta entender de fato o significado da palavra e, por consequência, do movimento. Feminismo é a busca pela igualdade social, política e econômica entre os sexos. E isso inclui ter liberdade de escolha, se você vai se depilar ou não, inclusive. Esses esteriótipos não só tiram o foco da luta por igualdade como são simplesmente julgamentos e falta de respeito com a liberdade individual dessas mulheres. Feminismo não é o inverso de machismo, mas a busca por um mundo igual para homens e mulheres.

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MC. E para vocês, o que é feminismo?
CA. 
O mesmo que está no dicionario: a luta econômica, politica e social entre os sexos.

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#OFuturoÉFeminino, nova série do GNT, vai mostrar a realidade na Islândia e Paquistão, traçando um paralelo com a realidade brasileira (Foto: Divulgação)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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