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Santa Mala: as irmãs imigrantes da Bolívia que querem fortalecer as mulheres do rap em SP

Saiu no HYPENESS

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Santa Mala carrega no nome a palavra que, no português, já refletiria seu caráter itinerante. Mas, ao contrário do que parece, o “mala” no nome do trio de irmãs rappers bolivianas tem origem na língua em que cantam suas integrantes, o espanhol. “As pessoas pensam que ‘mala’ vem de bagagem, porque nós somos imigrantes, o que é engraçado, porque a gente nem pensou nisso”, comenta Abigail Llanque, 25, a mais nova das três. “Nosso nome, que significa Santa Má, quer passar a força da ideia de bem e de mal. É um título forte para mostrar a luta entre dois lados”.

A conversa com o Reverb aconteceu por telefone, direto da casa de Abigail, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. Jenny, 30, a irmã mais velha e moradora do bairro do Tatuapé, na Zona Leste, também estava lá. Naquela tarde de quinta-feira, as duas se preparavam para uma apresentação importante no WME, evento dedicado à participação feminina na música. Um imprevisto afastou Pamela, 28, da preparação.

De La Paz, capital da Bolívia, as irmãs Llanque vieram para o Brasil em épocas diferentes. A primeira a chegar em São Paulo, onde se fixaram, foi justamente a mais velha. Jenny decidiu tentar a vida no país vizinho depois de saber que uma amiga de sua mãe estava à procura de três pessoas para um trabalho. “Era para ficar um ano, mas acabou sendo uma vida inteira”, relembra Jenny.

Do ofício de costureira, a boliviana não sabia nada. Aos poucos, aprendeu tudo o que pôde como ajudante da oficina. “Minha mãe não era de muitos recursos. Ela era mãe e pai ao mesmo tempo e eu só queria encontrar uma forma de ajudá-lá”, conta. Quando as irmãs decidiram se mudar também, coube a Jenny repassar o que aprendeu.

As três já estavam no Brasil havia alguns anos quando decidiram resgatar as raízes musicais da Bolívia. Desde o fim da infância, elas já compunham letras de rap, influenciadas pelo modelo norte-americano que ouviam no rádio. O primeiro grupo do qual participaram surgiu ainda em La Paz. Em 2004, com outras rappers mulheres, formaram a Hermandad Feminina, sem Jenny, que já tinha vindo para o Brasil. Depois de se firmarem aqui, o trabalho na oficina impediu que o projeto musical continuasse como elas gostariam. Ele só foi retomado quando as três decidiram abrir a própria confecção.

A gente fala sobre tudo: sobre o que vivemos, sobre o que vemos de outras famílias, sobre o que a gente pensa. O rap é baseado na livre expressão.

“Cada uma escreve as suas letras. A gente se encontra quase toda quinta-feira para procurar o melhor de cada uma e juntar as letras que fizemos”, explica Jenny. As letras do trio mostram experiências pessoais de cada uma delas, falam de suas raízes andinas e também das dificuldades no Brasil. “19 de Deciembre”, por exemplo, conta a história de uma mãe solteira criando a filha. A inspiração veio da vida de Pâmela.

“A gente fala sobre tudo: sobre o que vivemos, sobre o que vemos de outras famílias, sobre o que a gente pensa. O rap é baseado na livre expressão. Ele tem um estilo livre. Nós somos livres para protestar e para falar dos nossos sentimentos. A inspiração chega a partir do que a gente sente”, completa Abigail, em português, com o sotaque característico compartilhado também por sua irmã.

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