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Veja publicação original:Veja publicação original: Sabe o que é, amor?
Por Liliane Prata
Em seu novo livro, o terapeuta e psiquiatra Luiz Cuschnir dá sugestões para melhorar a vida afetiva e sexual de homens e mulheres
“Quero que ela me aceite como sou: mais calmo, menos afoito, menos intenso. Esse é o meu jeito de ser.”
Esse homem pode tanto estar desmotivado com o relacionamento – por isso colocaria menos energia nele – quanto pode estar passando por uma fase natural de amadurecimento, em que adquire uma personalidade mais calma, menos intensa, mais ponderada. É essencial que ele faça uma autorreflexão e descubra de qual dos casos se trata, avaliando o risco de o casamento falir. Na primeira hipótese, o relacionamento precisa ser trabalhado. A mulher, inclusive, quando pede mais energia e intensidade do homem está expressando a insatisfação com o pouco investimento dele no relacionamento. Também pode estar projetando o desejo de que ele seja mais jovem ou volte a ter as características de quando se conheceram. Se ser calmo, entretanto, tem a ver com um traço adquirido a partir da experiência de vida e maturidade e o homem se sente bem assim, talvez a mulher precise ajustar as expectativas para o relacionamento caminhar bem. Vale, da parte dele, analisar se o comportamento estende-se a outras áreas da vida, como buscar, aprender e até se movimentar. É preciso analisar também se, com o tempo, ele passou a ser visto e vivido pela mulher como um fardo, o que não é algo incomum.
“O relacionamento está chato. Sou jovem, ele precisa dar um jeito.”
Hoje em dia, o nível de tolerância nos relacionamentos tem caído consideravelmente. Ninguém quer ficar numa relação que não satisfaz, mas é preciso olhar mais de perto essa questão. Apesar de existir a fantasia – tanto da parte de muitos homens quanto da de muitas mulheres – de que o parceiro deve satisfazê-la (o) completamente, isso não é realista. A frustração faz parte do pacote e todo relacionamento é uma negociação de anseios e expectativas. Cada um saberá avaliar como está a balança, se o ganho emocional é maior do que o desgaste cotidiano. Talvez, a ânsia por viver que a juventude dela acarreta pode entrar em conflito com a forma com que ele encara e se dedica à vida a dois. Seria interessante que essa mulher pensasse se de fato faz sentido continuar. Ela poderia avaliar também se espera que os parceiros apenas a satisfaçam. Isso, aliás, não é se relacionar, mas querer um serviçal ao lado.