Na tarde desta sexta-feira (27/01), participei da roda de conversa com o Coletivo Libertas e Sociedade Civil sobre “Educação e Mulheres Encarceradas”.
O “Coletivo Libertas” foi criado em 2016 com o objetivo de desenvolver projetos sociais, atividades e debates voltados à educação, autonomia e emancipação social de jovens e adultos em situação de vulnerabilidade.
Atualmente elaboram o “Projeto Geradoras”, de alfabetização literária e científica de mulheres em situação de restrição de liberdade, focando em criar e promover eventos voltados à temática do cárcere. Para a primeira ação do projeto, em 2017, optaram por colocar em pauta a crise do sistema carcerário.
Foi um debate sobre vários aspectos da mulher presa, em que foi falado sobre as desigualdades dos tratamentos dos presídios masculinos e femininos e as estratégias das presas para lidar e se adaptar ao ambiente prisional. Os temas foram variados, como: Saúde e gestação da mulher em restrição de liberdade; As facções criminosas e as drogas no cárcere feminino; Educação no presídio feminino; Raça e o encarceramento feminino em massa; Gênero, sexualidade e a mulher apenada; Exibição de Documentários.
Tive a honra de conversar com pessoas muito engajadas e envolvidas na área, que também acreditam que a invisibilidade da mulher encarcerada seja uma violência. Compartilhamos informações e refletimos sobre a população carcerária feminina.
Em uma pesquisa feita pelo site “Mulheres em prisão’’, aproximadamente 34 mil mulheres brasileiras vivem hoje atrás das grades e infelizmente esse número propende a crescer. A maioria é provedora do lar e possui dependentes.
O perfil das mulheres encarceradas na prisão do Brasil têm alguns fatores em comum:
– 50% têm apenas o ensino fundamental
– 50% têm entre 18 e 29 anos
– 68% são negras
– 57% são solteiras.
Foi uma tarde de grande reflexão com a interação de todos e o mais importante, com o objetivo de mudar essa triste realidade, pois o Brasil já possui a quinta maior população feminina encarcerada do mundo.
Agradeço o convite e o carinho que fui recebida.