Saiu no site G1
Veja publicação original: RJ tem nove cidades sem oferta de mamografia pelo SUS, aponta Conselho de Radiologia
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Mais de 123 mil mulheres com idade entre 40 e 69 anos precisam viajar para fazer exame que pode garantir diagnóstico precoce e tratamento efetivo ao câncer de mama.
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Por Anita Prado, Mariana Fontanelli, Oscar Marinho e Raquel Honorato
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Nove municípios do Rio de Janeiro não possuem mamógrafos na rede pública de saúde. Com isso, cerca de 123 mil mulheres precisam viajar para fazer o exame que é fundamental para identificar um câncer de mama a tempo de ser tratado. Os dados são de um levantamento do Conselho Técnico de Radiologia, que mapeou os mamógrafos no estado do Rio de Janeiro.
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“De 92 municípios existentes no estado do Rio, 37 não possuem mamógrafos, 55 possuem e desses 55 municípios que possuem mamógrafos, nove não fazem o atendimento pelo SUS. Ou seja, essas mulheres precisam ir para outro município pra conseguir realizar a mamografia sem custo ou arcar com os próprios custos pra fazer o exame”, destacou Luciene Marinho, presidente da Câmara Técnica em mamografia.
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Na rede particular, a mamografia custa, em média, R$ 150. Na rede pública, custa tempo.
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Aos 66 anos, Eliane Cerqueira diz que está há quatro meses esperando para descobrir se o nódulo na mama direita é ou não um câncer.
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O estado do Rio tem ao todo 498 mamógrafos. Apenas um terço na rede pública. Mas nem todos funcionam. Nos hospitais estaduais, por exemplo, existem nove aparelhos, mas quatro estão quebrados. Esses dados também estão no levantamento do Conselho Regional dos Técnicos em Radiologia do Rio.
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“Existe muita dificuldade das mulheres fazerem mamografia. Câncer de mama é o que mais mata no mundo, no Brasil não é diferente, aqui no Rio chega perto de 60 mil casos novos esse ano, a estimativa do Inca”, destacou Cátia Benevides, presidente da Coordenação Estadual de Educação do Conselho Regional dos Técnicos em Radiologia.
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Cátia alertou para a importância de se diagnosticar a doença o quanto antes. “A gente se preocupa porque a mamografia é a forma mais adequada de detectar o câncer e o diagnóstico precoce, descobrir cedo é a diferença entre a vida e a morte para a mulher. Se a mulher tem dificuldade de fazer mamografia, muitas fazem a cada cinco anos. Imagina o tumor se desenvolvendo nesse tempo”, disse.
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A Secretaria Estadual de Saúde reforçou que a responsabilidade pelos exames de imagem é dos municípios. E disse que dá apoio com os mamógrafos dos hospitais, dois mamógrafos móveis e mais três aparelhos no Rio Imagem.
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No Rio Imagem, as vagas são distribuídas conforme a população das cidades, por isso a unidade atende mais pacientes da capital.
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Tratamento prejudicado
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Quem consegue detectar o câncer de mama enfrenta outra dificuldade, a de fazer o tratamento. A Defensoria Pública da União calcula que, em média, os pacientes do Rio de Janeiro levam nove meses para conseguir começar o tratamento na rede pública, enquanto a lei determina que sejam dois meses.
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