Saiu no site G1:
Veja publicação original: Suspeito de matar a mulher e queimar o corpo tinha histórico de violência doméstica: ‘truculento’, diz delegado
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Justiça decretou prisão temporária de empresário após família identificar corpo carbonizado em Jardinópolis (SP). Fernanda Delarice, de 36 anos, era considerada desaparecida desde 30 de março.
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A Polícia Civil diz que Fernanda Aparecida Delarice, de 36 anos, cujo corpo foi achado carbonizado em Jardinópolis (SP), já havia denunciado o marido por violência doméstica. Otávio Rodrigo Dias da Silva, de 36 anos, é considerado o principal suspeito da morte e está foragido.
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A Justiça decretou a prisão temporária do empresário nesta quarta-feira (11) em Ribeirão Preto (SP). Segundo o delegado Cláudio Sales Junior, que chefia a investigação do caso, o suspeito tem outros antecedentes criminais e é considerado um homem violento.
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“O Otávio possui vários boletins, é um indivíduo bastante truculento. Ele tem boletim [de ocorrência] por ameaça, lesão corporal, estelionato. Inclusive, também, [Lei] Maria da Penha, cuja vítima é a própria Fernanda”, afirmou.
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A motivação do crime ainda não foi esclarecida. Mas, de acordo com as investigações, Otávio matou Fernanda esfaqueada entre a tarde e a noite de 30 de março, enrolou o corpo em um tapete e o levou até um canavial, onde foi queimado.
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Sales Junior disse que ainda não é possível afirmar se o crime foi premeditado. Entretanto, disse ter certeza que o empresário articulou uma série de situações para encobrir o assassinato, como atender o celular de Fernanda sempre que a mãe dela ligava.
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Para a polícia, Otávio também forjou um áudio que foi enviado pelo WhatsApp de Fernanda à sogra, dois dias após o crime, em 1º de abril. A dona de casa Antônia da Silva Delarice chegou a afirmar que tinha certeza que a voz na gravação não era da filha.
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“Na verdade, o Otávio tentou, de todas as maneiras, camuflar esse crime. Existe, inclusive, que a mãe ligou para desejar uma ‘feliz Páscoa’, e ela atendia, falava que ela estava ocupada no momento, que não poderia atender”, afirmou o delegado.
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Sales Junior disse que também não é verídica a versão que o suspeito apresentou à família de Fernanda, de que precisou viajar às pressas ao Paraná a trabalho. Desde o dia seguinte à morte da mulher, o empresário não foi mais encontrado.
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“Na verdade, ela já estava morta. Por isso ele não passava o telefone para ela. Depois, veio com uma história de que estaria no estado do Paraná, quando, na realidade, estava tentando esconder o crime. Ele limpou a casa, passou a noite limpando a residência”, disse.
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Otávio deve responder por feminicidio e ocultação de cadáver. Segundo o delegado, apesar de ainda faltarem resultados de perícias e o laudo de DNA confirmando se o corpo é mesmo de Fernanda, o inquérito está sendo concluído.
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“Temos algumas possibilidades, elas estão sendo verificadas pela nossa equipe. Mas, o fato é que essa não apresentação dele vai ensejar um pedido de prisão preventiva muito logo. O crime existiu”, concluiu.
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Câmeras de segurança de um vizinho de Fernanda registraram o momento em que ela e o marido chegam à casa com sacolas de compras na tarde do dia 30 de março. Depois disso, os vídeos não mostram mais a mulher, segundo o delegado.
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Sales Junior contou que a picape do casal ficou estacionada do lado de fora da casa durante a noite de 30 de março e a madrugada seguinte. Na manhã do dia 31, por volta de 7h49, Otávio coloca o veículo de ré na garagem. Às 9h29, o comparsa do empresário chega em um utilitário.
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As imagens mostram ainda que, 20 minutos depois, o portão da casa é aberto, o homem manobra o utilitário estacionado na rua e volta para a garagem. Nese momento, segundo o delegado, Otávio e o comparsa deixam o imóvel com o corpo de Fernanda na caçamba da picape.
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As investigações apontam que o empresário deixou o comparsa em Jardinópolis e depois queimou o corpo da mulher em um canavial. O delegado afirmou também que Otávio passou a noite limpando os vestígios do crime no imóvel.
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O caso segue em investigação pelo Departamento de Homicídios da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O Instituto Médico Legal (IML) realiza exame de DNA para confirmar se o corpo carbonizado é mesmo de Fernanda.
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Apesar de o resultado ainda não ter sido divulgado, Sales Junior disse que a identificação foi possível a partir de uma tatuagem em um dos pés da vítima, o único membro do corpo que não foi queimado pelo fogo.
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