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Veja a Publicação original.Milhares de pessoas foram às ruas nesta segunda-feira (26) em novos protestos em defesa do direito ao aborto na Polônia. As manifestações, que bloqueiam o centro de várias cidades do país, começaram após as autoridades proibirem o aborto, inclusive em caso de má-formação do feto.
Carregando cartazes com os dizeres “vocês têm sangue nas mãos”, “nós queremos poder escolher”, ou ainda “é a guerra”, manifestantes, principalmente jovens mulheres, desfilaram nas ruas de Varsóvia, paralisando o tráfego na capital polonesa. Protestos similares foram registrados em várias outras cidades. Manifestações também visaram igrejas no domingo, algo inédito nesse país de maioria católica.
“Eu quero apenas mostrar meu apoio à todas as mulheres que não terão o direito de escolher, que devem continuar a gravidez mesmo se, por razões médicas, não deveriam”, comenta Iwona, que faz parte do cortejo. “Eu tenho duas filhas, gêmeas, de dez meses. Não foi uma gravidez fácil. Mas não consigo me imaginar em uma situação em que não tenha escolha sobre uma gravidez. Não é fácil para mim manifestar todos os dias, mas vou tentar, nem que seja pelas redes sociais. Aos poucos vamos conseguir”, afirma, otimista.
Esse já é o quinto dia de manifestações desde que o Tribunal constitucional polonês anunciou a proibição do aborto em caso de má-formação do feto, alegando que a prática seria “incompatível” com a constituição do país. A medida foi tomada a pedido do partido ultracatólico nacionalista Direito e Justiça (PiS), que dirige a Polônia. A partir de agora, a interrupção de gravidez é possível apenas em caso de estupro, incesto e risco de morte para a mãe.