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Veja a publicação original: Relatório aponta impactos do coronavírus para as mulheres
As organizações Think Olga e Think Eva produziram um relatório sobre os impactos do novo coronavírus na vida das mulheres. Embora destaque que todos serão impactados direta ou indiretamente pela pandemia, o estudo diz que já está claro que o abalo maior será sentido pelos grupos mais vulneráveis, especialmente as mulheres.
Intitulado “Mulheres em tempos de pandemia: os agravantes de desigualdades, os catalisadores de mudanças”, o relatório é dividido em três eixos principais: violência, saúde e economia e trabalho.
Sobre a primeira questão, ele menciona documento publicado pela ONU Mulheres no dia 20 de março que diz que “enfrentar uma quarentena é um desafio para todos, mas para mulheres em situação de vulnerabilidade pode ser trágico. No Brasil, onde a população feminina sofre violência a cada quatro minutos e em que 43% dos casos acontecem dentro de casa, essa preocupação é real”.
O relatório destaca que os casos de violência doméstica no Rio de Janeiro aumentaram em 50%, principalmente por causa do confinamento das pessoas dentro de casa como medida de prevenção ao coronavírus.
Em relação à questão econômica, o estudo diz que a crise agrava ainda mais a situação de mulheres em trabalho informal, pequenas e médio empreendedoras, mães e mulheres em empregos mal-remunerados.
“Mais de 13 milhões de pessoas no Brasil sobrevivem abaixo da linha da pobreza, com uma renda média de até 145 reais mensais. Entre essas pessoas, uma grande maioria é composta por mulheres, negras, mães, chefes de família que sustentam seus lares sozinhas. Pensar em populações mais atingidas por uma crise sanitária e econômica, portanto, é pensar em mulheres negras e de baixa renda. É pensar em mães solo. É pensar em trabalhadoras domésticas e enfermeiras, que neste momento, são a linha de frente de cuidado -com os outros – e de enfrentamento da pandemia”, diz um trecho.
Por fim, sobre a questão de saúde, o relatório destaca que os dados mostram que, embora a covid-19 atinja mais os homens (57,7% dos óbitos já investigados pelo Ministério da Saúde), as mulheres representam 56% dos idosos no país, grupo de risco da doença.
“Quando não estão no grupo de risco, mulheres estão na linha de frente dos cuidados prestados aos infectados pelo vírus: 70% do quadro de profissionais de saúde é composto por mulheres no Brasil e 84,7% dos auxiliares e técnicos de enfermagem são mulheres no pais.”, informa.