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Entre um brechó e uma loja de azulejos, sobrevive um restaurante de comida afegã na rua Tamandaré, bairro da Liberdade, no centro de São Paulo.
O pequeno Koh I Baba, com apenas três mesas forradas por toalhas vermelhas, pertence a um casal de refugiados que desembarcou no Brasil há oito anos para fugir da perseguição do Talebã, grupo fundamentalista islâmico que tomou o controle do país no último fim de semana.
“Meu país está há 40 anos em guerra. Eu não aguentava mais, ninguém aguenta mais. É um milagre eu e minha família estarmos vivos”, diz o dono do bistrô, Sorb Kohkan, de 65 anos.
Kohkan e sua mulher, Riahana Ibrahimi, 47, pertencem à etnia hazara, um povo de origem mongol que reside principalmente na região central do Afeganistão conhecida como Hazarajat.
Segundo relatório da organização Minority Rights Group, os hazaras representam 9% da população afegã. Minoria étnica, eles são frequentemente alvo de discriminação e de processos de violência, como espancamentos, sequestros e assassinatos seletivos.