Saiu no site R7
Veja publicação original: Rádio afegã é fechada após receber ameaças por contratar mulheres
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Rádio Sama dava espaço a locutoras em seus programas. Talibãs já haviam atacado estação e destruído parte de equipamentos
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A emissora Radio Sama, do Afeganistão, foi obrigada a interromper suas transmissões após receber sucessivas ameaças dos talibãs por dar espaço a locutoras em seus programas.
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A Radio Sama encerrou suas atividades na noite de domingo (15) depois que, “por várias vias, os talibãs nos pediram para interrompê-las”, explicou à Agência Efe Umaiz Azimi, o diretor desta emissora com base em Ghazni.
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“Entre as exigências dos talibãs estava que parássemos de contratar apresentadoras. Além disso, pediram o fim da transmissão dos programas, particularmente de entretenimento, nos quais as mulheres podiam falar ao vivo com os apresentadores”, explicou.
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Azimi detalhou que entre os 13 funcionários da emissora, há apenas três mulheres, mas que ultimamente a maioria dos funcionários não ia trabalhar por medo.
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Ghazni é uma das províncias mais inseguras do Afeganistão, com amplas áreas controladas pelos talibãs, que no ano passado chegaram inclusive a ocupar temporariamente parte da capital.
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Nessa ocasião, os talibãs atacaram a estação de rádio e destruíram parte do equipamento, um incidente do qual ainda não se recuperou, segundo revelou o diretor.
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Por sua vez, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, afirmou à Efe que desconhecia as ameaças à Radio Sama que levaram ao seu fechamento e afirmou que investigaria tais fatos.
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A insegurança continua sendo o principal problema para os jornalistas no Afeganistão, uma situação que fez com que o número de mulheres jornalistas tenha reduzido nos últimos anos.
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Segundo a organização afegã em defesa da liberdade de imprensa Nai, dos 10 mil empregados em meios de comunicação no Afeganistão, apenas 1,8 mil são mulheres.
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“Estamos preocupados com as ameaças talibãs a todos os veículos de imprensa, particularmente aos veículos de imprensa em Ghazni. Isto é uma mostra do quão difícil é para os meios de comunicação trabalharem no Afeganistão”, declarou à Efe o diretor da Nai, Mujid Khilwatgar, que disse ser “preocupante” que o governo não possa garantir a segurança, até mesmo em uma capital provincial, quanto menos nos povoados.
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De acordo com Khilwatgar, desde 2014, cerca de 200 meios de comunicação fecharam no país devido sobretudo à insegurança e aos problemas financeiros.
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Nesse cenário, no mês passado, os talibãs enviaram uma circular a todos os veículos de imprensa na qual advertia que os atacariam se seguissem divulgando “propaganda” do governo afegão e das forças de segurança.
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Apenas em 2018, pelo menos 20 jornalistas morreram no Afeganistão devido na maioria dos casos a atentados dos talibãs e do grupo jihadista Daesh (também conhecido como Estado Islâmico).
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