Saiu no site G1
Veja publicação original: Programa criado em Rio Grande ajuda mulheres que sofreram violência a ter independência financeira
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RS teve 41 casos de feminicídio no primeiro semestre deste ano, conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Ideia do projeto é que as mulheres recebam reforço psicológico e opções de geração de renda.
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Por Yéssica Lopes
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Em muitos casos de violência, o agressor é o companheiro da vítima. Por isso, em Rio Grande, na Região Sul do estado, foi criado um programa para ajudar mulheres que sofreram violência a ganharem independência financeira.
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A ideia do projeto é que as mulheres recebam reforço psicológico e opções de geração de renda. Assim, quem sofrer agressões verbais, físicas e psicológicas, consegue sair do relacionamento antes da situação ficar ainda pior.
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“A maior dificuldade, na verdade, é que as vítimas têm uma dependência psicológica, econômica, ou familiar em relação a esses agressores. Então, isso dificulta muito com que elas tenham coragem para comparecer na Delegacia de Polícia e comunicar, contar, revelar, denunciar essas agressões”, explica a delegada Lígia Furlanetto.
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Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Rio Grande, pelo menos 1.249 ocorrências foram registradas nesse ano na cidade. Os crimes mais comuns são os de ameaça de morte e lesão corporal.
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Já no estado, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública, houve 41 casos de feminicídio no primeiro semestre deste ano, além de mais de 120 registros de mulheres que sofreram tentativa de homicídio e 892 ocorrências de estupro.
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Uma mulher, que prefere não se identificar, conta que sofreu violência. Ela teve coragem de denunciar o ex-companheiro depois de passar por diversas agressões.
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“Ele achava que eu nunca ia ter coragem de tomar essa decisão, de procurar ajuda na verdade. Porque eu sozinha não tinha como, mas tinha que partir de mim. Acho que era tudo que eu precisava, me libertar daquilo tudo que eu estava vivendo”, relata.
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Ela conseguiu um emprego e começou uma vida nova, graças à rede de proteção à mulher criada no município. São instituições públicas e privadas que se uniram para ajudar as mulheres.
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“Para que os participantes possam se conhecer, interagir, trocar ideias, criar alguma inovação de forma que o atendimento à mulher vítima de violência possa ser melhorado”, explica o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Leonardo Nunes.
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Um dos braços dessa rede de proteção é a Patrulha Maria da Penha, responsável por fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas. Só no primeiro semestre deste ano, os policiais visitaram mais de 260 residências na cidade.
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“Se esse autor estiver desrespeitando é feita uma ficha e comunicado ao Poder Judiciário. Ou o Poder Judiciário ou a Delegacia da Mulher pedem a prisão preventiva dele e esse indivíduo pode ser preso pelo descumprimento da medida protetiva”, explica o soldado da Patrulha Maria da Penha Leandro da Cruz Machado.
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