Segundo Amanda Goulart, ela voltava de um jantar na casa de amigos. Como tinha bebido bastante vinho, foi levada pelos próprios amigos para onde mora a mãe dela, que fica perto do local da festa. Lá, decidiu pedir um Uber para ir para casa.

“Eu não lembro o que aconteceu durante o trajeto. No aplicativo, mostra que deu 6 minutos, daqui até a minha casa”, conta a professora.

“Eu lembro de ver ele [o motorista] atrás de mim e eu falando ‘dói’. Logo após, eu lembro de estar esperneando muito dentro do carro. Lembro de ver meu pé para cima e estar no banco da frente. No outro dia, eu acordei e, quando fui fazer xixi, eu senti uma dor e teve um sangue”, relata ela.

Amanda registrou boletim de ocorrência e prestou depoimento na Delegacia da Mulher. Ele foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal, onde fez exames. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.

“Eu vou levar isso adiante. Por isso, estou aqui. Quero que outras mulheres tenham a coragem de falar, de falar para o pai, para a mãe, para quem for, para ter uma ajuda”, diz Amanda.

O motorista, de 26 anos, natural de Santa Catarina, trabalhava para o aplicativo havia quatro meses. Após a denúncia, ele foi banido, de acordo com a empresa.

Na Delegacia da Mulher, ninguém quis falar sobre o assunto. Em nota, a Polícia Civil afirmou que não pode dar mais detalhes do caso para não atrapalhar as investigações. O motorista foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações.