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Veja publicação original: Príncipe Harry e Meghan Markle modernizam a monarquia britânica com um casamento fora do comum
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Windsor e todo o Reino Unido se entregam à celebração dos duques de Sussex
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Ao meio-dia (8h em Brasília) deste sábado, com um sol radiante iluminando o branco de seu impressionante vestido, desenhado pela britânica Clare Waight Keller para Givenchy, Meghan Markle, de 36 anos, a princesa americana, concluía uma semana de sobressaltos emocionais e entrava sozinha na Capela de São Jorge do Castelo de Windsor. Após confirmada na quinta-feira a ausência de seu pai, em recuperação após uma cirurgia cardíaca do outro lado do Atlântico, 10 damas de honra e pajens, entre eles seus sobrinhos George e Charlotte, terceiro e quarta na sucessão ao trono do Reino Unido, seguiram a atriz no trajeto que ela empreendeu para interpretar o papel de sua vida: o de sua alteza real, a duquesa de Sussex, título que a rainha Elizabeth II outorgou ao neto, o príncipe Harry, e à sua já esposa. Em gesto considerado feminista e sem precedentes, caminhou até a metade do corredor da capela sem ser levada por ninguém.
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No meio do corredor, no coro, o príncipe Charles esperava a noiva para acompanhá-la até às mãos de seu filho, que a aguardava ao lado do irmão com um sorriso de emoção nervosa. Markle e Charles tiveram uma proximidade especial nos últimos meses, segundo fontes do Palácio, e foi a própria noiva que pediu ao futuro sogro que a acompanhasse até o altar, após constatar, após dias de rumores e notícias contraditórias, que seu pai não estaria presente.
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Projetado nos telões instalados do lado de fora, o sorriso de Harry, o outrora príncipe rebelde transformado num dos royals mais queridos, foi ovacionado nas ruas de Windsor. “Você está impressionante, absolutamente maravilhosa”, disse-lhe Harry, segundo os leitores de lábios dos tabloides. A multidão, reunida junto às cercas que delimitam o caminho que os recém-casados percorreram pouco depois na carruagem, agitavam lado a lado a Union Jack (bandeira do Reino Unido) e a bandeira dos Estados Unidos, em homenagem ao noivo britânico e à noiva californiana.
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Windsor é hoje uma festa. Os trens derramavam rios de gente, vindos de todos os cantos do país, desde a primeira hora da manhã. Bandeirinhas, camisetas e pessoas fantasiadas que buscavam seu minuto de glória imortalizado por TVs do mundo inteiro. Outro casamento real. Tudo era igual – mas também diferente.
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Três pastores anglicanos dividiram entre si o trabalho na capela. A cerimônia tradicional foi conduzida pelo deão de Windsor, David Conner. O arcebispo da Cantuária, Justin Welby, foi o encarregado de casar os noivos. E coube a Michael Curry, de Chicago, primeiro bispo afro-americano a presidir a Igreja Episcopal, ressaltar a relação transatlântica.
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O reverendo Curry se tornou a estrela inesperada da cerimônia. Se alguém ainda tinha dúvidas de que o casamento de Harry e Markle seria diferente, Curry jogou-as por terra com um longo sermão em que citou Martin Luther King e celebrou o amor. Usou um tablet e mencionou, pela primeira vez num casamento real, o Facebook e o Instagram. Sua apaixonada gesticulação contrastava com a sobriedade britânica, provocando aplausos e risos entre a multidão, que acompanhava o ritual pelos telões e que interpretava a cara inexpressiva de Elizabeth II no primeiro plano como um sinal de perplexidade. As palavras de Curry deram lugar a um coro entoando o hino gospel Stand By Me.
Como previsto, Meghan Markle, com uma sólida trajetória de ativismo pela igualdade de gênero, não jurou “obedecer” ao príncipe. Ambos, em vez disso, juraram se “amar, consolar, honrar e proteger”.
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Os convidados começaram a chegar ao redor das 10h (6h em Brasília). A popular apresentadora de TV norte-americana Oprah Winfrey, David e Victoria Beckham e o casal George e Amal Clooney foram alguns dos que mais aplausos receberam. Após a cerimônia, o casal real fez um percurso de carruagem pelas ruas de Windsor.
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