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Prevenir é fundamental

Saiu no site O GLOBO: 

 

Veja publicação original: Prevenir é fundamental

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Por Joana Monteiro e Claudia Pereira

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Nas patrulhas ‘Maria da Penha’, guardas municipais ou policiais militares fazem o acompanhamento de mulheres sob medida protetiva de urgência

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Empresária de 37 anos foi encontrada morta em Itaboraí: seu marido confessou o crime, motivado por uma briga em torno do seguro do carro. Mulher foi morta a facadas pelo namorado na frente dos filhos no Rio: o criminoso alegou um surto psicótico, mas a vítima já relatara divergências de cunho religioso. Os dois casos, noticiados no ano passado, se misturam às 32 mortes, 57 tentativas de homicídio e quase 2.900 ameaças registradas por mês em 2017, como mostra o Dossiê Mulher, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública. Os motivos para tanta violência podem ser o menosprezo à condição de mulher, o ciúme, o uso de álcool ou a simples derrota em um jogo de futebol, como mostraram os pesquisadores David Card e Gordon Dahl em estudo que revela que perdas inesperadas de times levam a um aumento de 10% no número de registros de violência doméstica nos EUA.

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A frequência com que mulheres são vítimas de violência no Rio de Janeiro é atestada por outro dado: todo dia a Polícia Militar faz, via serviço 190, 214 atendimentos relacionados à violência contra elas. São 78 mil atendimentos por ano. Isso significa que 23% dos despachos emergenciais da corporação são dedicados ao atendimento de mulheres sob risco de violência, chegando a um terço em municípios da Baixada Fluminense. Aos domingos, esse percentual sobe para 28%.

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Embora necessário para conter a violência, todo esse empenho da Polícia Militar não é suficiente para interromper o ciclo de agressões frequentes que são perpetradas tipicamente por uma pessoa conhecida e em ambiente doméstico. Muito mais promissoras são as patrulhas “Maria da Penha”, serviço especializado em que guardas municipais ou policiais militares fazem o acompanhamento de mulheres sob medida protetiva de urgência. Esse trabalho requer a atuação integrada com o Juizado local e com a rede de serviços e equipamentos municipais, para identificação e acolhimento de mulheres em situação de risco. Há no Estado do Rio de Janeiro experiências que buscam a redução de novas agressões. Em Macaé e Duque de Caxias, as Guardas Municipais atuam na Patrulha Maria da Penha e, em Três Rios, a Polícia Militar implementou o projeto Guardiões da Vida. Infelizmente, programas como esses ainda são raros. Mas eles oferecem um caminho que tende a ser mais eficiente do ponto de vista da prevenção do que o atendimento reativo aos casos de violência contra a mulher.

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Joana Monteiro é diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), e a major Claudia Moraes é organizadora do Dossiê Mulher

 

 

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