Saiu no site UNIVERSA
Veja publicação original: PF resgata 38 mulheres cis e transgênero vítimas de exploração sexual em SP
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Por Mariana Gonzalez*
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Depois de deflagrada na quarta-feira (13) a Operação Cinderela, para apurar exploração sexual e trabalho escravo, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e O Ministério Público do Trabalho resgataram 38 mulheres, algumas transexuais e outras cisgênero, que eram obrigadas a trabalhar como prostitutas.
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A Operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e prendeu seis pessoas — outras quatro continuam foragidas.
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À Universa, a delegada da PF responsável pela Operação, Luciana Maibashi Gebrim, relatou que as mulheres estavam psicologicamente abaladas e, algumas delas, apresentavam hematomas pelo corpo. Duas delas eram menores de idade.
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“Foi oferecida assistência social, médica e psicológica, além de abrigo no alojamento de uma ONG que trabalha em parceria com o Ministério Público do Trabalho. Lá, elas terão oficinas e serão reinseridas no mercado formal de trabalho”, disse a delegada.
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Dívidas, castigos e mortes
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Segundo depoimentos, as jovens transexuais eram trazidas de outros estados, principalmente do Norte e Nordeste, para se prostituir na região — por isso, já chegavam endividadas em razão das passagens e despesas de viagem, além de alimentação e moradia.
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Durante o trabalho, eram submetidas ao consumo de drogas e castigos físicos. Segundo Luciana, quando não conseguiam pagar as supostas dívidas, recebiam multas ou tinham itens pessoais subtraídos.
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De acordo com a Agência Brasil, algumas vítimas relataram mortes de colegas durante o tempo em que ficaram confinadas — uma delas, por não pagamento de dívidas.
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“Casos de suicídio, que também foram relatados pelas vítimas, estão sendo investigados pela Polícia Civil. Algumas disseram que houve suicídios simulados e isso também está sendo apurado”, disse a delegada.
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As vítimas foram mantidas nos locais, conhecidos como “castelos das trans”, de seis meses a um ano, segundo Luciana Maibashi Gebrim. “A rotatividade é muito alta entre esses endereços, mas há indícios que esta quadrilha atua pelo menos desde 2013”, completou.
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A Operação Cinderela continua investigando o caso, já que ainda há foragidos e que novas vítimas continuam aparecendo — algumas estavam fora quando a PF chegou ao local.
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Os denunciados poderão responder pelos crimes de tráfico de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, rufianismo e organização criminosa.
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Um dos investigados cuja prisão preventiva foi determinada pela Justiça Federal já estava detido em razão de outro processo criminal e é investigado sobre dois homicídios e o desaparecimento de três transexuais, uma delas, adolescente.
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*Com informações da Agência Brasil
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