Saiu no site R7:
Veja publicação original: Participação feminina no Tesouro Direto cresce, mas ainda é tímida
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Maior parte dos investidores do título são homens, que representam 71,4% do total. O número de mulheres investidoras cresce nos últimos anos
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A advogada Laís Ainá e a professora de inglês Larissa Moreira são parte das 608.575 mulheres que investem no Tesouro Direto. Ambas perderam o medo de sair da caderneta de poupança e colocaram as finanças em uma conta do Tesouro.
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As mulheres representam 28,6% dos investidores do Tesouro Direito, enquanto os homens são a fatia maioritária, sendo 71,4% do total. Os dados são do mês de abril deste ano, divulgados pelo Tesouro Direto.
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Segundo comunicado do Tesouro, os preços e as taxas do investimento são determinados de acordo com um mercado secundário, onde acontecem as negociações de compra e venda das instituições financeiras e não nos investidores individuais. Este mercado que está instável. “A suspensão das negociações representa uma segurança a mais para o investidor, ao garantir que suas operações sejam realizadas a preços e taxas justos”, diz em nota.
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Mesmo que as mulheres ainda sejam minoria, a participação feminina aumentou quase 10 vezes. No caso dos homens, o aumento foi de cerca de 6,5 vezes.
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Laís perdeu o medo e começou a investir no Tesouro Direto em janeiro deste ano. Ela começou a aprender mais sobre o assunto assistindo a vídeos no YouTube a respeito de investimentos e finanças pessoais. Fez o primeiro aporte com o valor que recebeu do período de férias, depois de quitas dívidas.
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“Eu acho [o Tesouro] bem melhor. Para mim, a poupança é muito acessível, então eu consegui me controlar mais com o Tesouro. Você tem tempo de pensar se precisa realmente tirar o dinheiro naquela hora”, afirma. Laís diz que se deixa o dinheiro parado na conta corrente, com certeza “vai gastar”.
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Laís Ainá, advogada
Larissa também perdeu o medo em 2016, quando fez o primeiro aporte no Tesouro Direto. Ela foi motivada pelos baixos rendimentos da poupança na época. “A poupança não estava rendendo muito e às vezes estava rendendo até menos que a inflação, então eu estava “perdendo” dinheiro. Eu queria um investimento que ainda fosse seguro, mas que desse mais retorno”, afirma.
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Larissa Moreira, professora de inglês
Depois de investir um pouco no Tesouro, não se arrepende da escolha. “Eu tenho medo de precisar [do dinheiro] em cima da hora e ter que pagar IOF, mas agora acho o Tesouro mais seguro do que a poupança”.
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Por que as mulheres investem menos?
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As instabilidades do Tesouro Direto das últimas semanas podem causar medo nas pessoas que querem investir e naquelas que já tem uma fatia do dinheiro no Tesouro. No entanto, especialistas ouvidas pelo R7 afirmam que esta ainda é uma boa opção de investimento para pessoas com perfis mais conservadores.
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A professora de finanças do Insper Juliana Inhasz afirma que vemos menos mulheres do que homens investindo no Tesouro Direto por uma questão cultural, já que a mulher demorou mais do que os homens para entrar no mercado de trabalho. “A mulher demorou para entrar no mercado de trabalho. Nessas novas gerações, temos um perfil mais diferente de mulheres, mas é uma conquista recente”, afirma.
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Para Juliana, a diferença salarial entre homens e mulheres também é um potencializador da menor participação feminina. “As mulheres ainda estão em menor número dentro do mercado. Tem uma questão de diferença salarial também. Na média, as mulheres recebem menos que os homens”, explica.
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A professora de finanças da FAAP (Faculdade Armando Alvares Penteado) Virgínia Prestes afirma que a estrutura social brasileira também aumentava as chances das mulheres não se interessarem por finanças.
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Segundo ela, o número de mulheres investidoras é menor “muito provavelmente porque as mulheres não se interessavam e menos por não terem recursos. Se a gente for ver, até os anos 60, elas não tinham conta no banco, porque não tinham CPF. O que a gente percebe é que como essas avós sempre delegavam para os seus maridos, isso acabou passando de geração para geração. Hoje, as mulheres da nova geração estão mudando isso”.
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Mesmo que os números atuais sejam de grande desigualdade, Juliana opina que é possível atingir uma equidade entre os sexos. “A gente ainda está muito aquém da igualdade, ainda por uma questão social e cultural, mas estamos dando passos largos para tentar chegar nessa aproximação”, comenta.
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Virgínia reforça que o percentual de mulheres que estão entrando no Tesouro Direto tem crescido nos últimos anos. “A gente vê também que a mulher tem mais anos de vida que o homem. Então a gente tirando esse bloqueio que a mulher tem de deixar o dinheiro na mão dos homens, o número tende a aumentar”, afirma.
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Arte/ R7