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Veja publicação original: Paquistão anuncia mil tribunais de combate à violência contra a mulher
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No país, considerado um dos piores do mundo para a população feminina, mulheres são vítimas de estupros, ataques com ácido e ‘crimes de honra’
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Por Ana Luísa Vieira
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O principal juiz do Paquistão, Asif Saeed Khosa, anunciou nesta semana em discurso na televisão nacional que o país vai criar mais de 1.000 tribunais para combater a violência contra a mulher. As informações são do jornal britânico The Guardian.
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O anúncio é importante porque visa combater um problema que os ativistas dizem ser negligenciado há muito tempo pelo sistema judiciário paquistanês.
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Saeed Khosa declarou que, nos tribunais especiais, as vítimas poderão falar sem medo de retaliação. No Paquistão, um país muçulmano conservador, a violência doméstica é muitas vezes vista como um tabu.
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“Teremos 1.016 tribunais para a violência de gênero em todo o Paquistão, com pelo menos um deles em cada distrito”, assegurou o juiz. “A atmosfera nesses tribunais será diferente da de outros tribunais para que as vítimas possam abrir seu coração sem medo”, completou.
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No Paquistão, as mulheres costumam ser vítimas de estupros, ataques com ácido, assédio sexual, sequestro e dos chamados “crimes de honra” — em que são mortas por parentes por apresentarem suposta conduta “imoral” ou “nociva” para a honra da família.
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A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, uma entidade independente, reportou ao menos 845 incidentes de violência sexual contra mulheres no Paquistão em 2018. O país foi considerado o sexto pior do mundo para as mulheres em um levantamento feito no último ano pela Thomson Reuters Foundation — braço de caridade da agência de notícias homônima.
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Segundo as autoridades paquistanesas, os novos tribunais operarão em jurisdições já existentes, mas realizarão audiências sobre violência doméstica separadamente de outros casos, para que as vítimas possam testemunhar em sigilo.
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