Saiu no VALOR INVESTE
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A participação feminina na força de trabalho rondava 62% no começo de 2012 e atingiu 67% no fim de 2019, mas despencou para 59% no segundo trimestre do ano passado. A recuperação subsequente foi apenas parcial, retornando aos níveis de 2012
A pandemia não só reduziu a taxa de ocupação entre as mulheres no Brasil, como interrompeu uma tendência de anos de ganhos de participação feminina na força de trabalho, algo que não havia acontecido na recessão de 2014-16 e que torna esta uma crise muito particular para elas, com perspectivas tampouco animadoras.
“As mulheres vinham aumentando sua participação já há décadas e, com a pandemia, foi a primeira vez em muito tempo que houve uma queda. Significa que elas não estão nem procurando”, diz Lorena Hakak, professora colaboradora da FEA-USP e coordenadora do Grupo de Estudos em Economia da Família e do Gênero (GeFam).
Para uma análise mais detalhada, Lorena compilou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, de 2012 (início da série atual) a 2020, com entrevistados de 18 a 60 anos. Entre o quarto trimestre de 2019 e o último de 2020, 1,2 milhão de mulheres nessa faixa deixaram a força de trabalho, que inclui pessoas empregadas e também aquelas em busca de uma vaga.