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Palavra ‘ciúmes’ aparece mais de 50 mil vezes em ações judiciais em Goiás, diz TJ

Saiu no site G1

 

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Visando reduzir índices de violência contra mulher por meio da formação educacional, TJ-GO firmou parceria com prefeituras de Goiânia e Rio Verde para oferecer curso de capacitação de profissionais da rede municipal.

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Por Lis Lopes

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Um levantamento feito pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) aponta que a palavra “ciúmes” é mencionada 51.760 vezes em atos judiciais, despachos e sentenças no estado.

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Atualmente, 67 mil processos relacionados à Lei Maria da Penha tramitam no Judiciário goiano, sendo 280 dos casos de feminicídio, crime de ódio contra a mulher motivado pela condição de gênero. Só no primeiro bimestre deste ano, já foram feitos 2.858 pedidos de concessão de medidas protetivas em Goiás.

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Diante desses números, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Família do TJ-GO firmou uma parceria com as prefeituras de Goiânia e Rio Verde para dar início a um curso preparatório para capacitação de 500 dos 9 mil professores e coordenadores da rede municipal, de março até julho.

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O objetivo do curso, segundo o TJ-GO, é capacitar os profissionais para que sejam “multiplicadores de conhecimento”, repassando os conteúdos trabalhados a pelo menos 100 mil alunos em Goiânia.

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O curso poderá ser acessado a distância, eletronicamente, e conterá apenas dois encontros presenciais. Os módulos serão gravados por desembargadores, juízes, defensores públicos, promotores, delegados, psicólogos e assistentes sociais.

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Segundo a presidente da Coordenadoria da Mulher do TJ-GO, desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, a formação educacional é uma forma de mudar o atual cenário de violência contra a mulher.

“A ideia é prevenir que meninas se tornem vítimas e meninos, ofensores”, explicou.

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O ambiente virtual que oferecerá o curso está em fase de finalização e a programação deve ser iniciada já nas próximas semanas, de acordo com Divino Alves Bueno, assessor pedagógico da Gerência de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Goiânia.

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A juíza Maria Antônia Faria, que estuda a influência dos grupos reflexivos no combate à violência doméstica, diz que não é por acaso que a palavra ciúmes é vista tantas vezes nos processos relacionados à Lei Maria da Penha.

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De acordo com ela, a experiência mostra que esse resultado é o reflexo de uma educação machista e sexista, que vê a mulher como coisa ou prolongamento do pai, irmão, companheiro ou filho.

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Para Maria Antônia, a iniciativa do TJ-GO em parceria com prefeituras é essencial para mudar esse cenário. Segundo ela, em uma ação semelhante em Ipameri, foi possível perceber que alguns professores são resistentes a ideia do tema ser tratado nas escolas.

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