Saiu no site UNIVERSA
Veja publicação no site original: Países europeus ampliam combate à violência doméstica em meio a coronavírus
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Por Cristiane Capuchinho
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“Temos muitos registros de violência contra mulheres e contra crianças, os elos mais fracos quando a situação explode”, declarou o presidente da federação francesa de Pais de Estudantes, Rodrigo Arenas, em entrevista à rádio “Europe 1” no sexto dia de confinamento nacional na França.
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O isolamento reduz a velocidade de contágio do coronavírus, mas abre brecha para a piora de outro problema: mulheres e crianças vítimas de violência doméstica ficam expostas a seu agressor 24 horas por dia.
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O aumento da violência doméstica foi uma das consequências do isolamento registrada na China, primeiro país a confinar sua população para controlar o avanço da covid-19. Em algumas delegacias, o número de denúncias de violência doméstica triplicou em fevereiro, como mostrou o site de notícias Sixth Tone.
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Em confinamento oficial desde terça-feira (17), a França teve uma queda brusca no número de chamadas para seu telefone emergencial. Das 1.600 ligações por dia, o serviço passou a receber 100 chamadas diárias desde o confinamento nacional, constatou a Secretaria de Igualdade de Mulheres e Homens e da Luta contra o Preconceito.
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A redução de busca por serviços de ajuda realça os limites das políticas de prevenção no contexto atual. Como esperar que as vítimas façam a ligação necessária quando estão o dia inteiro com seu agressor? Com receio de terem uma explosão no número de vítimas conforme o tempo de isolamento aumente, os países europeus começam a incluir o combate à violência doméstica entre as prioridades durante o combate ao coronavírus e desenvolver novas estratégias.
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Denúncia com geolocalização na Espanha
Na Espanha, país onde 46 milhões estão em confinamento desde o dia 14 de março, o governo declarou como essenciais os serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência, garantindo assim a manutenção do trabalho nos centros especializados e abrigos para acolher mulheres que precisem deixar suas casas durante esse período de epidemia.
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Uma nova ferramenta de denúncia por mensagem com geolocalização, como o WhatsApp, será disponibilizada no país. Com ela, as vítimas poderão enviar um pedido de socorro por escrito para a polícia, que usará a geolocalização para enviar ajudar.
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O governo espanhol informou ainda que um serviço de apoio psicológico pela internet para vítimas de lares violentos que preferirem ficar em casa será iniciado nos próximos dias.
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Violência doméstica como prioridade da Justiça
Na França, o serviço de atendimento para denúncias de violências pela internet manteve a equipe trabalhando, com atendimento 24 horas. O site permite que a vítima fale por chat com policiais para pedir ajuda, e tem um botão de emergência que fecha a página e apaga as mensagens anteriores caso a pessoa sinta-se em perigo -pela chegada do agressor, por exemplo.
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Apesar dos tribunais estarem fechados pela pandemia, a ministra da Justiça francesa, Nicole Belloubet, assegurou que os casos de violência doméstica serão tratados como prioridade pelos juízes em teletrabalho, para que possam conceder medidas protetivas neste período. “Não é possível deixar um parceiro violento dividindo o mesmo teto”, declarou a ministra.
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@NBelloubet : “Les affaires de violences intrafamiliales sont traitées en priorité”
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Papel dos vizinhos na denúncia
Na Suíça, além de fazer campanha com os números de telefone para denúncia, a Secretaria de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção de Violências Domésticas de Genebra faz um apelo à vigilância solidária para que os vizinhos chamem a polícia e denunciem caso ouçam brigas violentas ao seu redor.
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“O período em que estamos passando testa nossa capacidade de mostrar solidariedade, e exige a responsabilidade e a benevolência de todos e de todos para cuidar das pessoas ao nosso redor”, disse Colette Fry, diretora do órgão. É esperado ainda que novas medidas sejam anunciadas em nível europeu.
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Na última sexta (20), as ministras responsáveis pelo combate à violência de gênero na França, Marlène Schiappa, e na Itália, Elena Bonetti, enviaram uma carta à Comissão Europeia pela igualdade para pedir que a União Europeia tome providências para um esforço conjunto de todos os países em relação à violência das mulheres diante da situação emergencial.
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Alerta para América Latina
A experiência dos países já em isolamento depois de semanas acende o alerta dos governos da América Latina, umas das regiões mais perigosas do mundo para mulheres. Na semana passada, a ONU Mulheres lançou um documento que chama atenção para a possibilidade de aumento de casos de violência doméstica durante a epidemia.
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O documento “COVID-19 na América Latina e no Caribe: como incorporar mulheres e igualdade de gênero na gestão da resposta à crise” pede que os governos garantam a continuidade dos serviços essenciais para responder à violência contra mulheres e meninas, e desenvolvam novas modalidades de prestação de serviços adaptadas ao contexto atual.
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