Saiu no site Cosmopolitan:
Não! Se desse 50 ou 100 mil views, já ficaria feliz, mas quando as coisas tomaram as proporções dos milhões fiquei chocada. Confesso que até chorei quando vi um vídeo chegar aos 10 milhões.
Quando percebeu que queria seguir essa carreira?
A música sempre esteve presente na minha vida. Costumava dizer que queria entreter as pessoas. Sempre gostei de cantar, mas nunca imaginei conciliar das paixões: a música e a drag queen. Comecei a me montar quando conheci a RuPaul, e aí me realizei! [risos]
Você precisou enfrentar muitas barreiras para ser uma drag na música?
Sim, tudo que é diferente enfrenta obstáculos. Mas as dificuldades me deixaram mais forte. Muita gente não colocava fé em mim. Estou realizando um sonho. Sempre quis lançar um álbum e levar meu trabalho para o Brasil todo. Sou grata e honrada em poder fazer esse trabalho em um país onde a gente sofre preconceito e tem tanta morte LGBT.
O que você faz para manter a alma leve em um país tão preconceituoso. Já sofreu com isso?
Já sofri, sim. Sou afeminada e tenho orgulho do meu jeito. Mantenho minha alma leve. Acredito que em breve a gente poderá sair na rua sem medo e sem sofrer preconceito. Pelo menos, é o que eu espero.
Você entende o papel de inspiração que tem para várias pessoas?
Vejo muitas drags realizando seus sonhos por se inspirarem em mim. Isso me deixa muito feliz. A gente pode tudo! Ninguém é capaz de nos impedir de conquistar nossos sonhos. Se temos esse potencial dentro de nós, por que não? Chegou um tempo em que ninguém acreditava em mim, só eu e minha família. Mas não desisti.
O que já ouviu de bacana dos seus fãs?
Que eles puderam se assumir e que me trabalho deu força para que saíssem da zona de conforto e começassem a viver a vida do jeito que são. Isso pra mim não tem preço. Sempre me aceitei e não tem coisa melhor, pois, a partir do momento em que você toma essa decisão, outras pessoas vão te aceitar e te amar.
Publicação Original: Pabllo Vittar: “Tudo que é diferente enfrenta obstáculos”