Saiu no site REVISTA CLÁUDIA
Veja publicação original: No Brasil, 536 mulheres são agredidas por hora
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Segundo pesquisa, 27,4% disseram já ter sofrido algum tipo de agressão no último ano
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536 mulheres são agredidas por hora no Brasil. O dado faz parte de uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que divulgou um novo panorama sobre as agressões contra mulheres no país.
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Pela segunda vez, a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” ouviu mulheres para colocar no papel os números de agressões nacionais. Foram ouvidas 1.092 mulheres acima de 16 anos, nos dias 4 e 5 de fevereiro deste ano, em 130 municípios do país.
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Entre as mulheres entrevistadas, 27,4% disseram já ter sofrido algum tipo de agressão no último ano. Das mais de mil vítimas, 76,4% afirmaram que conheciam o agressor. Em 2016, os conhecidos eram os culpados em 61% dos casos.
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O estudo, divulgado nesta terça-feira (26), ainda apontou os principais autores das agressões. De acordo com os resultados, o ranking é:
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- Cônjuge/companheiro/namorado (23,8%)
- Vizinhos (21,1%)
- Ex-cônjuge/ ex-companheiro/ex-namorado (15,2%)
- Pai ou mãe (7,2%)
- Amigos (6,3%)
- Irmãos (4,9%)
- Patrão ou colega de trabalho (3%)
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Uma das informações mais impressionantes é a de que os vizinhos são os segundos maiores agressores. Nos últimos 12 meses, a incidência desse tipo de abuso chegou a 21,1% dos casos relatados, sendo que, em 2017, eram 3,8%.
.Quando foram perguntadas sobre os locais onde sofreram a agressão, as mulheres tinham várias respostas. Confira:
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- Em casa (42%)
- Na rua (29,1%)
- Internet -redes sociais e aplicativos (8,2%)
- Bar, balada (2,7%)
- Na escola, faculdade (1,4%)
- Outro lugar (9%)
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Foi feita uma projeção quanto aos casos de agressão e descobriu-se que, de acordo com os números projetados, 12.873 mulheres foram agredidas por dia nos últimos 12 meses, o que significa 536 delas por hora e 9 por minuto.
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“Pensamos muito na violência com uma lente das dinâmicas de criminalidade urbana, mas o fato é que as mulheres estão sendo agredidas, abusadas e mortas por pessoas com quem elas tinham algum tipo de relação estabelecida, com pessoas de seu convívio”, afirma a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
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A pesquisa também mostra que, enquanto a percepção da população sobre casos de violência contra mulher tenha diminuído, os casos de agressão se mantiveram estáveis. No levantamento anterior, 66% das pessoas dizem ter visto ameaças, agressões e humilhações em sua comunidade em 2016. No entanto, esse ano, a percepção caiu a 59%.
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Mesmo depois de sofrer violência, 52% das mulheres decidem por não fazem nada. Esse percentual se repetiu no ano de 2017.
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Assédio
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Além de analisar casos de agressão, a pesquisa observou também ps casos de assédio – número que mais do que dobrou entre mulheres de 16 a 24 anos. Alguns dos casos de assédio considerados são receber comentários desrespeitosos no ambiente de trabalho ou ser beijada sem consentimento.
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Frente às opções, 37,1% das mulheres, cerca de 22 milhões, responderam ter sido assediadas no último ano. Por faixa etária, esse valor passou para 66,1% entre mulheres de 16 e 24 anos. De 25 a 34 anos o percentual também é alto, sendo equivalente a 53,9%.
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Se o recorte for racial, os números mudam mais ainda. Os casos de assédio são muito mais recorrentes com mulheres pretas (40,5%) do que com pardas (36,7%) e brancas (34,9%).
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Elas ainda contaram os locais e situações onde foram mais assediadas:
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- Ouviram comentários desrespeitosos quando estavam andando na rua (32,1%)
- Receberam cantadas ou comentários desrespeitosos no ambiente de trabalho (11,5%)
- Foram assediadas fisicamente em transporte público como no ônibus, metrô (7,8%)
- Foram abordadas de maneira agressiva na balada, isto é, alguém tocou seu corpo (6,2%)
- Foram agarradas ou beijadas sem seu consentimento (5%)
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Outros destaques da pesquisa mostram que 59% da população afirma já ter visto uma mulher sendo agredida fisicamente ou verbalmente no último ano. 43% dos brasileiros já viram homens abordando mulheres na rua de forma desrespeitosa, mexendo, passando cantadas.
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Ao mesmo tempo, 37% viram homens humilhando, xingando ou ameaçando companheiras ou ex-companheiras (sejam elas namoradas ou esposas). 28% das pessoas ouvidas também viram mulheres de sua vizinhança sendo agredidas por companheiros ou ex-companheiros (sejam namorados ou maridos).
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Mesmo assim, por mais que os casos de violência sejam muito recorrentes, a maioria das mulheres não denuncia os agressores à polícia. Segunda a pesquisa, 52% das mulheres que sofreram alguma agressão no último ano ficaram caladas.
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Apenas 22% das vítimas de agressão buscaram um órgão oficial, sendo que a delegacia da mulher foi a instituição mais buscada. Ainda assim, 30% das mulheres agredidas preferem falar com a família, amigos e membros da igreja que frequentam sobre a violência.
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