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Negras morrem mais: número de homicídios é 71% maior que entre não-negras

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Veja publicação original: Negras morrem mais: número de homicídios é 71% maior que entre não-negras

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O Brasil mata suas mulheres — mas, principalmente, as negras.

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A conclusão é do Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta terça (5).

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Em 2016, último ano analisado pelo estudo, cerca de 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Este número cresceu cerca de 6,4% em relação à década anterior.

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Roraima é o estado em que mais se mata mulher no Brasil: são 10 homicídios a cada 100 mil mulheres, uma distância razoável dos colocados seguintes da tabela, Pará (7,2) e Goiás (7,1). As menores taxas no período são de São Paulo (2,2), Piauí (3,0) e Santa Catarina (3,1).

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O Atlas ainda aponta a necessidade de se examinar melhor o feminicídio reprodutivo, ou seja, aquele em que a morte ocorre de aborto inseguro, nos próximos anos.

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Os homicídios de mulheres negras

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Ao analisar registros de morte violenta no Brasil entre 2006 e 2016, a pesquisa concluiu que o número de homicídios de mulheres negras no período cresceu 15,4%, enquanto o mesmo crime entre a população não-negra teve queda de 8% em sua incidência.

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Somente no último ano de referência do estudo, a taxa de assassinatos de mulheres negras foi 71% maior que a de mulheres não-negras.

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O estado de Goiás tem a pior taxa de homicídio de negras do país — cerca de 8,5 mortes a cada 100 mil mulheres — e também a desigualdade mais acentuada, já que a taxa de mortes violentas de mulheres não-negras é menos da metade deste valor, cerca de 4,1 a cada 100 mil.

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O top 3 de estados violentos para a mulher negra é completado por Pará, em segundo lugar com 8,3 mortes a cada 100 mil, e Roraima em terceiro, com 6,1 a cada 100 mil.

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“O início do ano de 2018 foi marcado pelo assassinato de Marielle Franco. A comoção pública e a transformação de seu nome em símbolo de resistência são sinais de que a violência contra a mulher está deixando de ser naturalizada”, conclui, em tom otimista, o relatório da pesquisa.

 

 

 

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