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Veja publicação original: Negras latino-americanas são mais sujeitas a violência doméstica
por Jéssica Lima
Mesmo que as mulheres negras da América Latina e do Caribe tenham suas particularidades, elas compartilham as mesmas lutas pela própria sobrevivência, que são dificultadas tanto pelo racismo quanto pelo sexismo, e acabam afetando questões territoriais, sociais, econômicas ou mesmo políticas. Isso exclui e oprime duplamente as mulheres negras pela influência de um gênero sobre o outro.
Segundo a Agência Brasil, a estimativa dada pela Associação Rede de Mulheres Afro-Latinas, Afro-Caribenhas e da Diáspora (Mujeres Afro) é de que existem 200 milhões de afrodescendentes na América Latina e no Caribe, que correspondem a 30% da população desses lugares.
No regime escravocrata, o trabalho braçal, o sexo forçado e as torturas eram usadas para manter as mulheres negras submissas, e, ainda hoje, elas lutam para tirar dos ombros essas marcas centenárias e fechar brechas históricas.
“Nossos corpos ainda não serão nossos. Gosto sempre de dizer que não é normal que o movimento feminista tenha conquistado o direito ao voto em 1932 e só em 2015 o movimento de mulheres negras conseguiu aprovar a PEC das Domésticas”, disse Laina Crisóstomo, advogada feminista negra e presidenta fundadora da Ong TamoJuntas.
E emenda: “Isso é assustador ou ao menos deveria ser vergonhoso para as mulheres não negras que não consigam perceber essa disparidade. A mulata exportação, a globeleza, a publicidade da cerveja preta, venda de ácidos para clareamento da pele são reflexos de quase 500 anos de escravização”.
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