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A advogada Gabriela Manssur, que representa a ex-companheira do deputado federal Carlos Alberto da Cunha, o Delegado Da Cunha (PP-SP), diz que ele devia dar exemplo, pelo cargo que ocupa e, principalmente, por defender a pauta da segurança pública. Áudios mostram ameaças e ofensas de Da Cunha a Betina Raísa Grusiecki, que o denunciou também por agressão. O deputado admite agressões verbais, mas nega qualquer violência física.
O que aconteceu
Esse caso me impactou pela vulnerabilidade da vítima, por ela ser mais nova, mais fraca fisicamente, estar muito abalada psicologicamente e pelo cargo que a pessoa [Da Cunha] ocupa como delegado e deputado federal. Uma pessoa que exerce um cargo desses não pode ter esse comportamento, tem que ser exemplo para a sociedade, principalmente defendendo a pauta de segurança pública. Direito das mulheres também é uma pauta de segurança pública.”Gabriela Manssur, advogada de Betina e especializada na defesa de direitos da mulher
‘Desmaia aí’, diz deputado Da Cunha em vídeo que mostra agressão. O conteúdo principal da gravação é o áudio, porque o celular que fez as imagens estava em uma bolsa. No vídeo, é possível ouvir Da Cunha, de 46 anos, ameaçar de morte Betina, de 28. Ela relata que ele também a empurrou com força e a sufocou, fazendo-a perder os sentidos. Depois, o deputado teria batido a cabeça dela contra uma parede. O IML comprovou escoriações e ferimentos leves.
A gravação é de 14 de outubro de 2023. O casal estava em Santos, no litoral de São Paulo.
Abalo emocional. Manssur diz que Betina chegou ao seu escritório física e psicologicamente alterada. “Ela ficou completamente abalada emocionalmente após as agressões. Tremia tanto, de medo, de trauma, assustada, que ficamos preocupados”, afirma. Ela também teria tido crises de pânico.
Medo de divulgar o vídeo. “Ela estava com muito medo. Uma moça de 28 anos, desprotegida, com a mãe morando em Santa Catarina e o pai, em Santos, são mais velhos. Ele a acusou de tê-lo agredido, disse que ia colocá-la na cadeia, ameaçou.” A nutricionista relatou à Justiça ter batido um secador na cabeça de Da Cunha durante a briga, para interromper as agressões. O Ministério Público concluiu que foi legítima defesa.
Divulgar vídeo para se defender. Manssur diz que decisão foi tomada para a “comprovação dos fatos”, porque a defesa de Da Cunha estaria tentando invertê-los ao acusar Betina de agredi-lo. Em audiências, então, Betina e sua mãe informaram a existência das gravações.
O objetivo dela [Betina] não é prejudicar alguém injustamente, mas sim lutar por justiça.Gabriela Manssur, advogada de Betina e especializada na defesa de direitos da mulher
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