Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:
Veja publicação original: Mulheres organizam ato-debate na avenida Paulista contra assédio
Ato na avenida Paulista na véspera do feriado alerta para a violência contra a mulher. “Essa violência é muito menos de tesão e desejo sexual. É uma demonstração de poder”, diz a escritora Clara Averbuck, uma das organizadoras
Nas últimas semanas vieram à tona uma série de denúncias de estupros e assédios sexuais nos transportes na cidade de São Paulo. Nas redes sociais, mulheres se manifestaram contra esses casos e, nesta quarta-feira (6), um ato debate será promovido na avenida Paulista, mais precisamente na praça do Ciclista, às 18h30.
Entre as organizadoras está a escritora Clara Averbuck, estuprada por um motorista do Uber, na semana passada. “Espero que esta ação não seja só para mulheres porque quem mais têm que ouvir são os homens. Essa violência é muito menos de tesão e desejo sexual. É uma demonstração de poder. É como nossa sociedade constrói a masculinidade. O problema não é o indivíduo homem e sim a questão coletiva. Alguns se transformam em violentos extremos, outros mais brandos. Mas todo mujndo cresce nessa lógica, inclusive as mulheres”, diz Clara.
Outra mulheres participam do evento como a coordenadora do Núcleo Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público de SP, Silvia Chakian; a advogada Julia Drummond, Jules de Farias, da ONG Think Olga; a Diretora de Mulheres do Sindicato dos Metroviários de SP, Ana Borguin; a MC Luana Hansen e a vereadora do PSOL SP, Sâmia Bomfim, que conversou com Marie Claire sobre a ação. Confira:
Marie Claire: Qual o objetivo do evento?
Sâmia Bomfim: Queremos falar sobre o assunto e avançar na política pública concreta. Há muitas mulheres aflitas com os últimos casos que apareceram. Precisamos de medidas efetivas nas empresas de transporte para acolher as vítimas e dar um encaminhamento aos agressores.
MC: Como vocês se reuniram?
SB: Sempre estivemos em contato e decidimos um encontro ao vivo para encaminhar pro poder público e, principalmente, encorajar outras mulheres no sentido de não se calar diante de uma agressão.
MC: Esse evento vai ter continuidade?
SB: Pretendemos. Existem várias articulações e movimentos coletivos para dar sequência ao debate. Não vamos conseguir todas as respostas num único evento. O que falta é o poder público nos ouvir, acolher as demandas e ter esse tema como prioridade. Seguiremos também com outras iniciativas articuladas a juristas e parlamentares.
MC: Como vereadora, como está atuando para ajudar as mulheres?
SB: Meus projetos sempre estão voltados às mulheres. Estou esperançosa com a Lei Maria da Penha nas escolas. É a PL123/2017 com o objetivo de prevenção à violência contra a mulher, desde a formação dos professores até cartilhas para meninas e meninos. A primeira votação pública será em outubro. Serão duas votações até a sanção do prefeito. Estamos na batalha!
…