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O workshop foi realizado com o objetivo de fomentar a voz de mulheres, treiná-las para o uso de ferramentas tecnológicas de transformação social, como petições online, além de apresentar meios de conectá-las ao poder público. O programa internacional de empoderamento feminino recebido neste ano pela Change.org Brasil já foi realizado na Índia, no México e na Argentina.
Yahisbel Adames, coordenadora de campanhas da Change.org Brasil, apresentou alguns dados mostrando que os direitos das mulheres é apenas a 13ª causa com mais engajamento na plataforma – a primeira é política, seguida por saúde e animais. A partir disso, ressalta a necessidade de empoderar mais mulheres para o uso da ferramenta.
“A gente quer mudar esse cenário”, comenta Yahisbel. “Queremos conversar mais com as bases, com mulheres das comunidades, que às vezes não entendem muito bem a internet e não sabem muito bem usar, e com meninas jovens também”, acrescenta. Dados da plataforma no Brasil revelam que as mulheres são maioria entre os usuários que assinam mobilizações, mas minoria entre quem tem a iniciativa de criar abaixo-assinados para buscar mudanças.
Ainda durante o debate, as participantes puderam conhecer histórias de outras mulheres que, a partir de um abaixo-assinado online, conquistaram importantes mudanças. Gabriela Pereira é uma dessas mulheres empoderadas que salvou a vida do filho cardiopata depois de se engajar em uma mobilização. “Sentei na frente daquele computador, olhei para o Beny e fiz. Escrevi tudo o que estava dentro do meu coração, de indignação dentro de mim”, conta Gabriela sobre o momento em que criou a petição pedindo por uma vaga para cirurgia do filho.
“Eu fiz e não achei que ia acontecer alguma coisa, mas a gente tem que ir por todos os caminhos, por todas as alternativas”, comentou Gabriela durante o bate-papo. “Acabei virando uma ativista sem saber que estava virando uma ativista”, completou.
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O poder da mobilização online
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Durante a conversa com as mulheres, a integrante da ONG Não Me Kahlo destacou o quanto a plataforma online e outras ferramentas de internet são importantes nas lutas pela conquista de direitos. “A internet e as redes sociais são essa amplificação de tudo. A gente consegue atingir muita gente. Temos cada vez mais que nos empoderar sim dessas formas, aprender, porque é isso e o que vai amplificar sua campanha, te dar mais voz e encontrar outras vozes similares, encontrar outras indignações até em comunidades pequenas”, enfatizou Flávia.
Ao lado da pesquisadora de estudos feministas estava a vereadora Juliana Cardoso (PT) que também participou do bate-papo e, assim como Flávia, abordou a importância do uso da plataforma de petições online como um instrumento para conquistas. “Aprendi na prática, na minha comunidade, que para a gente conseguir chegar com a luz, com a água, o posto de saúde ou com a creche, a gente teve que fazer muita mobilização popular”, disse a parlamentar. “Agora com essas novas tecnologias a gente tem outros mecanismos”, completou.
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Elas Mudam o Mundo
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Em maio, o programa Elas Mudam o Mundo teve seu primeiro evento do ano, no qual 40 jovens estudantes secundaristas, integrantes de coletivo feminista, se inspiraram por histórias de mulheres líderes de campanhas vitoriosas e aprenderam a utilizar a plataforma de petições online como instrumento de empoderamento e mecanismo de transformação social. As alunas, que abriram um abaixo-assinado pedindo que a Fuvest acrescente mais autoras mulheres na lista de livros do vestibular, também dividiram suas experiências neste segundo workshop.
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Em 2018, o programa, ainda em formato de projeto-piloto, foi intitulado Violências Invisíveis e treinou 60 mulheres da periferia a identificar situações de violência de gênero.
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