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Mulheres indígenas e rurais se unem para maior ação feminina da América Latina

Saiu no site HUFFPOST

 

Veja publicação original:  Mulheres indígenas e rurais se unem para maior ação feminina da América Latina

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Marcha das Margaridas estima que mais de 100 mil mulheres são esperadas nesta quarta, em Brasília.

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Por Andréa Martinelli e Marcella Fernandes

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Mulheres indígenas se juntam à Marcha das Margaridas nesta quarta-feira (14), em Brasília, para reivindicar direitos das “mulheres da terra” e protestar contra políticas ambientais que afetam ribeirinhas, quilombolas e indígenas.

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Com o tema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”, a organização informa que mais de 100 mil mulheres são esperadas para o evento na capital federal.

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Esta é considerada a maior ação das “mulheres da terra” da América Latina. Em portaria publicada na última terça, o governo autorizou que a força nacional seja usada para realizar a segurança na Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes, locais em que manifestantes se concentrarão, a partir das 7h.

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Nascida nas comunidades ribeirinhas e das reivindicações das comunidades rurais, a marcha é uma homenagem à ativista de direitos para esta população, Margarida Maria Alves, que foi brutalmente assassinada no dia 12 de agosto de 1983 no estado da Paraíba. Neste ano, o crime completa 36 anos.

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MARCELLA FERNANDES/HUFFPOST BRASIL
Coordenadora nacional da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais, em evento no Congresso Nacional.

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Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) a cada quatro anos, a marcha ganha relevância no contexto do governo do presidente Jair Bolsonaro, que ironizou políticas de desmatamento da Amazônia e já liberou o uso de 42 tipos de agrotóxico só neste ano. Esta é a primeira vez que o ato contará com participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que ocuparam as ruas da capital na última terça-feira (13).

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Coordenadora nacional da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais explica ao HuffPost Brasil que a marcha acontece em um momento bem “diferente” dos anos anteriores. Esta é a sexta edição.

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AGÊNCIA BRASIL

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“Primeiro, por conta desse cenário de total retrocesso que as mulheres estão vivendo. Segundo porque nessa marcha não vamos entregar uma pauta por que a gente entende que não tem o que negociar com um governo que está tirando os direitos da classe trabalhadora, sobretudo das mulheres”, afirma.

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As demandas se dividem em dez eixos temáticos e incluem melhorias na saúde e educação, combate à violência doméstica e aumento da participação das mulheres na política, além da defesa da biodiversidade e do direito à terra.

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“São eixos que dialogam com as mulheres do campo, da floresta, das águas e junta com as mulheres da cidade nessa luta. É um momento que exige, mais do que nunca, de nós, enquanto mulheres, que estejamos unidas para ter força e enfrentar todos esses retrocessos”, diz Mazé, que é nascida em Batalha (PI).

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São eixos que dialogam com as mulheres do campo, da floresta, das águas e junta com as mulheres da cidade nessa luta.Mazé Morais

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Um dos direitos das mulheres do campo destacados pela ativista é a titulação conjunta em assentamentos, que permite que elas sejam as primeiras titulares no documento de posse da terra.

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“A gente continua lutando para que ela seja garantida porque nos empodera, nos fortalece”, diz. “Somos nós, mulheres do campo, as últimas a conseguir políticas que nos atendam. Nós estamos na ponta e fazemos dupla, tripla jornada de trabalho.”

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Para subsidiar o evento, foi criada uma campanha de financiamento coletivo. O projeto contou com um vídeo apresentado pela atriz Letícia Sabatella e indicava que a cada R$ 100 levantados até 3 mulheres garantiriam sua presença. A meta de 80 mil foi superada, e o valor arrecadado chegou a R$ 131mil.

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Marina Silva ao lado de mulheres indígenas que marcharam em Brasília na última terça-feira

REPRODUÇÃO/FACEBOOK/MARINA SILVA
Marina Silva ao lado de mulheres indígenas que marcharam em Brasília na última terça-feira (13).

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Para além da Marcha das Margaridas, pela primeira vez, mulheres de diversos povos indígenas se reuniram para um fórum e uma marcha de “resistência”. O evento, que teve início em um fórum no último dia 9, seguiu até o dia 13. Hoje, dia 14, elas se unem em marcha às Margaridas.

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“O motivo de marchar juntas é porque a gente sabe que o inimigo é o mesmo; a luta precisa ser conjunta porque, caso contrário, vamos ser soterradas por esse inimigo, que é muito bem orquestrado”, diz Célia Xakriabá, da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), que está à frente da organização, ao HuffPost Brasil.

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Com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas levantou discussões comuns às mulheres rurais, como direito ao território, violência de gênero, saúde, educação, segurança e sustentabilidade.

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Na última segunda (12), cerca de 300 mulheres indígenas ocuparam o prédio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Brasília, para chamar a atenção do governo para a municipalização dos serviços de saúde à esta população e pedir a saída de Silvia Waiãpi, da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena).

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O protagonismo da mulher indígena

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EVARISTO SA VIA GETTY IMAGES
Com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, lideranças de 110 povos de territórios brasileiros marcharam pedindo por demarcação, saúde e educação.

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Ex-ministra do Meio Ambiente,Marina Silva, se juntou à 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada nesta terça (13) e falou sobre o crescimento do protagonismo destas mulheres no País. “Elas vêm se organizando e é crescente o movimento delas dentro dos povos indígenas. Não por acaso temos a primeira mulher deputada federal eleita no Congresso”, disse ao HuffPost.

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Foi só depois de quase 200 anos de Câmara dos Deputados que o Brasil elegeu uma mulher indígena para deputada federal. Joênia Wapichana (Rede-RO) foi eleita com cerca de 8 mil votos em 2018. “Nós temos a Sônia Guajajara que foi candidata a vice-presidente [pelo PSol] e temos muitas mulheres assumindo esse protagonismo dentro do movimento”, destaca Silva.

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Na avaliação da ambientalista, a defesa dos direitos ligados a povos indígenas e rurais é urgente diante das ações do governo de Jair Bolsonaro.

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“Neste momento existe uma ameaça de não mais demarcar terra indígena, de mineração em terra indígena e até mesmo o risco de alugar terras indígenas para projetos de desenvolvimento econômico contrário aos desses povos. Essa marcha tem simbolismo e, ao mesmo tempo, uma efetividade grande”, pontua.

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Sobre a agenda de políticas públicas sobre o meio ambiente, Marina classificou como “perversa” a liberação de agrotóxicos. “Isso é uma atitude perversa porque vai recair sobre as agricultoras e agricultores e sobre o consumidor.”

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1ª Marcha das Mulheres Indígenas + Marcha das Margaridas

Data: 14 de agosto

Local: Pavilhão do Parque da Cidade

Horário: 7h

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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