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Mulheres escalpeladas pedem políticas de prevenção e saúde efetivas às vítimas no AP

Saiu no site G1:

 

Veja publicação original:  Mulheres escalpeladas pedem políticas de prevenção e saúde efetivas às vítimas no AP

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Encontro na Unifap discutiu as dificuldades e as necessidades desse grupo. Órgão públicos e pesquisadores buscam apoio junto ao Ministério da Saúde

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Mulheres vítimas de escalpelamento no Amapá – quando o couro cabeludo é arrancado de forma brusca por enrolar no eixo do motor de embarcações – querem que os governos elaborem políticas efetivas de prevenção e saúde pública, incluindo garantias de benefícios junto à Previdência Social.

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Nesta terça-feira (17) elas puderam falar sobre os problemas enfrentados e das necessidades do grupo, para um público formado por especialistas, pesquisadores e representantes do Ministério da Saúde. O encontro ocorreu durante uma oficina sobre a temática, realizada na Universidade Federal do Amapá (Unifap).

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Pra garantir os diretos às vítimas de escalpelamento foi criado um grupo de trabalho, após solicitação da Defensoria Pública Federal. Além do Amapá, o projeto ainda será discutido nos estados do Pará e do Amazonas, e conta com apoio de vários órgãos, como o Ministério Público do Trabalho, Marinha e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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Pesquisador da Fiocruz, Carlos Minayo  (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Pesquisador da Fiocruz, Carlos Minayo (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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Pesquisador da Fiocruz, Carlos Minayo falou da importância dos centros de referência no atendimento às vítimas.

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“É algo difícil de resolver porque na Amazônia tem muitos rios e muitas construções de embarcações improvisadas. As pessoas precisam ser ajudada física e psicologicamente. E isso precisa de uma força de muitas instituições juntas, que integram os centros de referência”.

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Coordenador da iniciativa, Paulo Pena, da Universidade Federal da Bahia (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Coordenador da iniciativa, Paulo Pena, da Universidade Federal da Bahia (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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Na oficina também foi apresentado o projeto criado por pesquisadores da Bahia, que busca não somente melhorar as campanhas educativas pelos rios da amazônia, mas também ampliar as chances de uma política pública pra atender vítimas, com o apoio efetivo do Governo Federal.

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“As principais dificuldades encontradas pelas vítimas são em relação a prevenção, mas, sobretudo, de assistência, que é complexa e necessita de uma equipe multiprofissional. Propomos um plano de ação, para que o Ministério da Saúde assuma a política de controle, erradicação e assistência às vítimas”, explicou o professor e coordenador da iniciativa, Paulo Pena, da Universidade Federal da Bahia.

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Tereza Duarte tinha 17 anos quando sofreu o acidente  (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Tereza Duarte tinha 17 anos quando sofreu o acidente (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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Para a professora Tereza Duarte, que se acidentou aos 17 anos, cada conquista é importante e ajuda a recuperar a autoestima. O importante, na opinião dela, é continuar se cuidando.

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“Convivo há 12 anos com o acidente e as sequelas são doloridas. O acidente levou o nosso cabelo, levou parte da nossa vida e é uma das coisas que a mulher mais cuida. Mas buscamos alternativas para suprir essa necessidade, e se cuidar é uma delas. Por isso agente de maquia e arruma o cabelo. Uso peruca, mas é minha, e é uma forma de substituir o que perdemos”, expressa.

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O cabelo é apenas uma das sequelas do acidente, as vítimas de escalpelamento muitas vezes têm parte do rosto arrancado pela força do motor. Para o resto da vida elas convivem com idas e vindas de febres e dores de cabeça. A região atingida fica sensível e o contato com o calor é um perigo. Além disso, há a perda parcial da audição e até da visão, em alguns casos.

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Presidente da Associação de Vítimas de Mulheres Escapeladas do Amapá, Socorro Pelaes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Presidente da Associação de Vítimas de Mulheres Escapeladas do Amapá, Socorro Pelaes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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É o que conta a presidente da Associação de Vítimas de Mulheres Escapeladas do Amapá, Socorro Pelaes, que completa.

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“São 11 anos de associação e a gente continua fazendo política de estado. Os últimos dois casos foram em transporte escolares. Precisamos de qualidade de vida, tratamento de qualidade, não é só colocar uma peruca”, ressaltou.

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Escalpelamento ocorre quando os cabelos ficam presos e são sugados pelo eixo do motor (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Escalpelamento ocorre quando os cabelos ficam presos e são sugados pelo eixo do motor (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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De acordo com Socorro, este ano o Amapá registrou dois acidentes. A associação acompanha 160 vítimas em todo estado. Segundo a Marinha do Brasil, a maior parte das vítimas, 65%, é de criança. Os adultos em faixa produtiva representam 30%. Já os idosos, 5%. Em relação ao gênero, 95% das pessoas que sofrem com o escalpelamento são mulheres.

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Acidentes são egistrados com maior frequência em pequenas embarcações, na região amazônica (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)Acidentes são egistrados com maior frequência em pequenas embarcações, na região amazônica (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

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