Saiu no site A GAZETA
Veja publicação no site original: Mulheres capixabas impulsionam o empreendedorismo feminino
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Káritas, Priscila e Bryce se destacam por incentivar o empreendedorismo; projeto Todas Elas de A Gazeta dá visibilidade às mulheres
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Por Diná Sanchotene
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Como diz um antigo ditado: a união faz a força. Pensando nisso, algumas mulheres do Espírito Santo desenvolvem trabalhos que, no fundo, têm como objetivo impulsionar e inspirar outras a acreditarem nelas mesmas. A ideia é empoderar para que elas possam empreender e correr atrás de seus sonhos.
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A empresária Káritas Devillart, de 42 anos, está à frente da Feira Erga-se, que acontece periodicamente na Serra e que reúne diversas empreendedoras que, sozinhas, não teriam como expor seus produtos. Segundo ela, a iniciativa visa tirar as mulheres do “casulo em que vivem” resultando na conquista da independência financeira.
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A sócia de Káritas, Brenda Bolsoni, atua como coach e observou, em seus atendimentos, as queixas recorrentes de mulheres que reclamavam do desemprego, da falta de vagas e da falta de rumo de suas vidas. A conclusão era de que o que elas queriam era trabalhar em algo que lhes desse satisfação e renda.
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“A nossa ideia foi, desde o início, traçarmos soluções para incentivar o lado empreendedor delas. Na época, muitas delas vendiam doces e artesanato, mas sem muito destaque. Foi quando decidimos juntar essas mulheres em um só lugar, com a realização de uma feira”, ressalta.
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A primeira edição da Feira Erga-se foi realizada em junho de 2019, em Morada de Laranjeiras, e contou com a participação de 25 mulheres expositoras. E foi um sucesso. “Não sabíamos como seria o desempenho e, para nossa surpresa, o público foi muito maior do que o esperado. Não esperávamos que iríamos crescer tanto. Isso pôde ser facilmente observado nas edições seguintes”, resume.
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O próximo evento acontece no dia 8 de fevereiro e contará com a participação de 80 expositoras. As interessadas em participar podem enviar uma mensagem direta no Instagram oficial da feira (@feiraergasebem).
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Káritas destaca que este ano haverá muitas novidades. A primeira delas será o Papo da Empreendedora, que, entre outras coisas, vai orientar como as mulheres podem usar as redes sociais para vender seus produtos.
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“No site da feira, que estará disponível nos próximo dias, teremos um espaço para direcionar os internautas para o Instagram das expositoras, além de abas com projetos voltados para as empreendedoras. Tudo isso com o objetivo de divulgar os trabalhos”, observa.
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Paralelo à feira, a Erga-se conta com o Happy Hour com Ideias, encontro que aborda temas voltados para autoestima, empreendedorismo, entre outros assuntos.
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Káritas Devillart
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Idealizadora a Feira Erga-se
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“Tenho uma loja de informática na Serra e sei que empreender não é um mar de rosas, tem que ser persistente e colocar toda a energia naquilo que acredita. Com muito trabalho e dedicação, é possível colher os frutos. Ajudar outras meninas a crescerem me dá muita satisfação, principalmente quando ouço seus depoimentos de superação de várias barreiras”
“Tenho uma loja de informática na Serra e sei que empreender não é um mar de rosas, tem que ser persistente e colocar toda a energia naquilo que acredita. Com muito trabalho e dedicação, é possível colher os frutos. Ajudar outras meninas a crescer me dá muita satisfação, principalmente quando ouço seus depoimentos de superação de várias barreiras”, comenta.
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ORIENTAÇÕES FINANCEIRAS E INCENTIVO
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Um laboratório de inovação e tecnologia social, com diálogos focados em igualdade, equidade de raça e gênero, entre outros temas. Este é o trabalho desenvolvido pelo Instituto Das Pretas, de Vitória, que tem como presidente Priscila Gama, de 38 anos.
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A entidade foi fundada há quase seis anos anos, mas a idealizadora já trabalha com o tema há pelo menos dez anos. “O nosso objetivo é potencializar as mulheres negras para que elas possam ter uma rede de ajuda e virar a chave do preconceito. Algumas políticas não chegam para elas e o que queremos é impulsioná-las para colocar seus negócios na rua, a transformarem suas artes em algo lucrativo, por exemplo”, ressalta.
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Priscila lembra que as mulheres negras não são vítimas somente de violência doméstica, mas de racismo e preconceito. Segundo ela, é preciso que elas andem em grupos, para fazer coisas novas e cuidarem da saúde mental.
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“O diálogo não é de assistencialismo, mas de potencializar essas pessoas no coletivo. Para isso, temos palestras, ações, workshops e eventos culturais que são utilizado por ferramenta de transformação de vida”, comenta.
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Uma das ações do Instituto Das Pretas é dar orientação financeira para as mulheres periféricas. Priscila destaca que questões psicológicas como a ansiedade podem motivar o descontrole do dinheiro.
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“O planejamento pessoal e financeiro é de extrema importância. Muitas não sabem cuidar do dinheiro. No caso daquelas que são vítimas de violência, por exemplo, orientamos na organização de seus ganhos e despesas, para assim conquistarem a independência financeira”, afirma.
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Priscila destaca que, desde 2012, 100 mil pessoas já foram impactadas pelo Instituto Das Pretas.
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Priscila Gama
Presidente do Instituto Das Pretas
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“O protagonismo das mulheres negras é uma transformação e potencialização dessas mulheres. Ter o próprio negócio para muitas delas é uma saída e o nosso propósito é criar pontes para que elas prosperem e permaneçam dentro do que querem que vai desde trabalhar em casa, vender pela internet ou abrir uma loja”
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Além de ser presidente do Instituto Das Pretas, Priscila também é proprietária de uma consultoria em estratégia de tecnologia social, desenvolvimento de pessoas, entre outros. “Sou uma empreendedora social que deu certo. A partir disso, tenho a necessidade de potencializar outras mulheres”, conclui.
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CONFIANÇA E EMPODERAMENTO
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Aos 36 anos, Bryce Caniçali, usa a sua conta no Instagram (@brycecanicali) para falar sobre assuntos que são recorrentes entre as mulheres: a falta de confiança em si mesmas. Ela começou a aparecer sem maquiagem, comentando sobre situações que a incomodavam no dia a dia e como superava seus problemas. Bryce trabalha como influenciadora digital, tem uma agência de marketing digital e é moradora de Cariacica.
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“Com meu jeito simples de relatar o cotidiano, fui percebendo que poderia empoderar minhas seguidoras. Só para se ter uma ideia, não tirava foto na praia porque não queria aparecer de biquíni por estar fora de forma. Com o tempo, tive coragem e perdi esse medo. Uma seguidora me falou outro dia que perdeu muito tempo sem se amar e que se livrar desses rótulos era libertador. O meu exemplo virou uma corrente legal, uma ajuda a outra”, explica
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Bryce conta que essa iniciativa começou após o falecimento da mãe há alguns anos e adoção tardia da filha, que na época tinha sete anos.
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Bryce Caniçali
Influenciadora digital
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“Tenho que ser forte para dar o exemplo para minha filha, que hoje está com 12 anos. Sou negra, filha de mulher negra e que passou por muitos problemas de bullying. Passei a refletir e percebi que precisava falar também sobre a questão da cor da pele, pois atingia a filha também. Procuro falar da forma que vivo e as pessoas se identificam com isso”
Ela diz ainda que costuma ainda dar dicar para pequenas empreendedoras, prezando sempre pelo conteúdo de qualidade.
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“Já trabalhei com confecção, quebrei e recomecei. Ser empreendedora é se reinventar. Não tem como ficar parada. É preciso se movimentar, se colocar em posição para se reerguer para construir outras histórias. Nós, mulheres, nos cobramos demais, mas o principal é nos olhar com mais amor e buscar uma rede de apoio”, finaliza.
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DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO NO AMBIENTE CORPORATIVO
O progresso feminino na sociedade não é capaz de acabar com os desafios que as mulheres ainda enfrentam. A discriminação de gênero é real, elas recebem menores salários, são rejeitadas por serem mães, são alvo de assédio no ambiente corporativo. Em casa, muitas são vítimas de violência doméstica. Para dar mais visibilidade a esses problemas e as formas de enfrentá-los, A Gazeta criou o projeto Todas Elas, que entrou na rotina da redação A Gazeta/CBN.
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Para isso, reportagens em vídeos, textos, infográficos, podcasts, todos relacionados ao tema, serão reunidos em A Gazeta. As editorias da redação serão responsáveis por gerar conteúdo para o Todas Elas, como a de Economia. O projeto vai destacar as oportunidades de emprego, empreendedorismo, carreira, mulheres que se destacam independentemente de serem do sexo feminino.
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O combate à violência também estará em destaque. Desde 1º de janeiro, A Gazeta passou a contar numericamente todos os casos de feminicídio no Espírito Santo.
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