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Uma rotina de treinos que envolve diversos golpes e outros exercícios físicos, como corrida, flexões e abdominais. É utilizando punhos, cotovelos, joelhos e canelas que dezenas de mulheres têm aprendido golpes de defesa pessoal que, de quebra, ajudam no empoderamento. O muay thai muda a vida de várias delas.
A publicitária Sabrina Cristini da Silva, 23 anos, é um exemplo. Há 5 meses ela se apaixonou pelo esporte. “Sempre quis praticar alguma luta, mas nunca encontrei uma que me prendesse e me deixasse animada em treinar, foi quando eu descobri no muay thai uma nova forma de me exercitar”.
Ela conta que, treinando três vezes na semana, aprendeu a ter equilíbrio, paciência e perseverança. A luta ajuda a queimar as calorias e também na defesa pessoal. “Quando estou ali eu consigo focar minha atenção somente no treino e tirar o melhor de mim mesma. Agora eu sei que posso me defender”, diz. Sabrina diz que o muay thai a empodera de diversas formas. “Faz eu entender que sou capaz de alcançar e dar o meu melhor a cada dia, de tentar algum movimento novo e, mesmo que seja difícil, eu tenho confiança em mim de que vou conseguir”.
As aulas da arte marcial tailandesa se destacam pelo dinamismo e divertimento. E o suadouro garante a queima de muita energia. Dependendo do estágio e do preparo físico, o gasto chega até a 1000 calorias por aula. A empresária Viliane Teles, da Muay Thai Fit Vix, conta que os benefícios mais comuns são a perda de peso e de gordura. O esporte também ajuda na tonificação e definição muscular, melhoria no condicionamento físico, além de gerar mais energia e disposição para as atividades diárias. “Na parte mental e emocional, a luta pode ser uma grande aliada no combate à distúrbios e doenças como depressão, ansiedade e desequilíbrio emocional. Além de trabalhar o foco, a concentração e a atenção plena, a prática permite superar desafios e limites, fazendo com que as alunas desenvolvam mais autoconfiança e coragem”.
Ela conta que a busca pelo muay thai cresceu nos últimos anos, principalmente por parte das mulheres. “O aumento da autoestima é consequência não apenas da mudança física, mas também emocional, pois elas ganham autoconfiança em sua capacidade de enfrentarem os desafios da vida e superarem qualquer problema. Uma mulher que luta muay thai é mais forte, mais decidida e pronta para qualquer batalha, inclusive para se defender”, diz Viliane.
Os exercícios podem ser usados como defesa, mas o mais importante é o desenvolvimento da mentalidade da mulher. “Ela entende que pode e deve se defender, e que tem plena capacidade para isso. Mas, claro, não incentivamos nenhum tipo de briga ou luta. Somos totalmente contra a violência. A luta resgata a coragem, a autoestima e o senso de autovalorização da mulher. Não há nada mais empoderador do que uma mulher que sabe o valor que tem”, ressalta a empresária.
O treino ajudou a contadora Márcia da Silva, 48 anos, a vencer o início de uma depressão. Ela, que já havia superado um câncer há 8 anos, teve que lidar com duas situações na pandemia: a volta do câncer e a infecção do coronavírus. “Abalou o meu emocional, porém, com minha força de vontade, continuei tendo aulas particulares, o que me ajudou muito a passar por tudo”. Márcia venceu o câncer e o vírus.