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Veja publicação original: Movimento #Metoo ganha terreno na China
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Em comparação com os Estados Unidos, onde o movimento #MeToo já levou a tribunal homens como Harvey Weinstein ou Kevin Spacey, na China o percurso tem sido mais difícil, graças à forte censura e repressão de qualquer tipo de movimento social no país.
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No entanto, a luta teve um avanço significativo recentemente, quando o Supremo Tribunal Popular decidiu acrescentar o assédio sexual à lista formal de causas de litígio civil. Esta vitória vem no seguimento do caso de Liu Li, relatado no jornal britânico The Guardian, que lutou para ganhar o processo judicial contra o seu antigo chefe, Liu Meng.
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Liu Li acusou-o de assédio sexual no trabalho e viu a vida escrutinada. “A defesa argumentou que os ‘posts online’ que ela fez sobre a peça que os Monólogos da Vagina sugeriram que ela estava ‘aberta’ aos avanços sexuais”.
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Apesar disso, não desistiu. E ainda bem. “A 11 de Julho, um tribunal de Chengdu decidiu a seu favor e ordenou ao antigo chefe que pedisse desculpa publicamente. A vitória, embora modesta, é uma das primeiras vitórias legais para o movimento #MeToo da China, que surgiu no ano passado”, pode ler-se no jornal.
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O primeiro caso
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Fundado pela ativista americana Tarana Burke, em 2006, o movimento #MeToo alcançou destaque cultural em outubro de 2017, depois de dezenas de mulheres admitirem que sofreram assédio sexual pelo produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
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A hashtag #MeToo cresceu e o movimento tornou-se global. Na China, o #MeToo chegou relativamente tarde, no início de 2018.
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O primeiro caso que chamou a atenção do público e que despoletou a discussão aconteceu com o professor universitário Chen Xiaowu. Luó Xīxī, uma ex-aluna, divulgou alegações de assédio sexual contra ele.
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Num ensaio, Luo explicou que sua decisão de expor o comportamento predatório de longa data de Chen foi desencadeado por publicações sobre o caso Weinstein.
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“Eu disse um ‘eu também’ silencioso para mim mesma”, escreveu, referindo-se ao momento percebeu que queria falar. Chen foi removido de sua posição de professor como resultado.
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Depois de Luo, outras mulheres chinesas vieram a público falar sobre a conduta predatória de homens em posições de poder.
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Entretanto, o Ministério da Educação chinês pediu a todas as universidades chinesas que criem comités especiais para lidar com alegações de assédio sexual e para melhorar o procedimento de processamento de queixas.
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Em julho de 2018, o mundo das ONG’s teve seu momento #MeToo quando Léi Chung, fundador de uma grande instituição de caridade dedicada a eliminar a discriminação contra pessoas com hepatite B, admitiu e pediu desculpa por forçar uma mulher a fazer sexo com ele durante uma caminhada em 2015.
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Sophia Huang
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O movimento continua a lutar contra a censura do governo mas enfrenta várias barreiras culturais e políticas.
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Huang Xueqin, também conhecida como Sophia, uma ativista de 30 anos e um dos vozes feministas chinesas mais reconhecidas, foi detida detida pela polícia em Guangzhou, uma cidade do sul perto da fronteira com Hong Kong.
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Huang juntou-se aos protestos pró-democracia de Hong Kong e terá sido presa por “atiçar discussões”.
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