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Movimento feminista surdo realiza encontro no Rio para debater questões de gênero

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Nesta sexta-feira (11) aconteceu o 1° Encontro Feminismo e Empoderamento Surdo, no Rio de Janeiro. Ao todo, o evento contou com 11 palestrantes (surdas e ouvintes). Foram discutidas questões como machismo, sexismo, luta pelos direitos das mulheres, objetificação do corpo da mulher, desigualdade de gênero, violência doméstica, cultura do estupro, diversidade sexual, maternidade e mansplaining (quando um homem impede que a mulher termine seu discurso).

 

 

O movimento feminista surdo no Rio de Janeiro foi iniciado há poucos meses. Tudo começou com a posse da assistente social surda Maria Auxiliadora Araújo como coordenadora do programa de política para mulheres surdas da Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos). Após isso, foi criado um grupo no Facebook (hoje com 12 pessoas), no qual mulheres surdas começaram a debater sobre direitos femininos. Desde então, segundo as organizadoras que tocam o projeto com recursos próprios, o grupo vem sendo procurado por mulheres que sofrem violência doméstica. “No caso das surdas o problema é ainda mais grave devido a falta de acesso à informação”, alerta Maria Auxiliadora.

 

 

Durante o evento, a assistente social falou justamente sobre a importância do seu trabalho ao levar conhecimento sobre leis (como a Maria da Penha) para cidades do interior, onde a informação não chega às mulheres surdas. Auxiliadora ainda destacou a importância da educação dos meninos contra a cultura do estupro: “Os meninos devem ser ensinados desde cedo que a culpa pelo estupro não é da mulher e que ela deve ser respeitada independente da roupa que esteja vestindo”. A assistente social também exaltou a importância da “sororidade entre as mulheres”, bem como os benefícios da união, e do resgate de mulheres em situações de abuso.

 

 

A professora Ivone Pita, feminista e ativista LGBT, palestrou sobre o patriarcalismo. Criticou as piadas machistas presentes em diversos meios de comunicação e até mesmo em livros infantis. Segundo ela, a sociedade tende a reforçar sempre a ideia de que “as mulheres só falam besteiras e que são seres inferiores aos homens”.

 

 

Rosemary Caetano, superintendente de Enfrentamento a Violência contra a Mulher da Subsecretaria de Políticas para Mulheres, chamou atenção para a necessidade da troca de experiências entre os diversos grupos de feminismo. Rosemary falou, também, da importância da adaptação dos encontros para que sejam acessíveis às pessoas com deficiência como os cegos e surdos.

 

 

O evento contou com o apoio da Feneis e do CEDIM. A Feneis é uma entidade filantrópica, de cunho civil e sem fins lucrativos, que tem por objetivo a defesa da autonomia e dos direitos da comunidade surda brasileira. Já o CEDIM (vinculado ao governo do estado) foi criado para elaborar e fiscalizar políticas públicas sob a ótica de gênero.

 

 

 

 

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