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Ela foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Europeu e é responsável pela descriminalização do aborto na França, em 1974
A francesa Simone Veil, considerada símbolo da luta pelo direito das mulheres, morreu nesta sexta-feira (30), aos 89 anos de idade. Ela foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Europeu, entre 1979 e 1982, após a primeira eleição por sufrágio universal. Em 1975, como ministra da Saúde, no governo do presidente Valéry Giscard d’Estaing, despenalizou o aborto com a medida que ficou conhecida “lei Veil”.
Na defesa da lei no parlamento, Veil enfrentou oposição dura da direita, com deputados que chegaram a acusá-la de apoiar o genocídio e de ter comportamento similar ao dos nazistas. Um dos parlamentares disse que ela pretendia “enviar crianças para o forno”. Anos antes, mais de 300 mulheres estamparam a capa da revista francesa “Nouvel Observateur” declarando já terem abortado, no “manifesto das 343 vagabundas”, responsável por pressionar para a lei.
Nascida em 1927, em uma família de judeus, foi presa pelo governo nazista em 1944 e levada para o campo de extermínio de Auschwitz, onde sobreviveu durante boa parte da adolescência.
Pelo Twitter, o atual presidente da França, Emmanuel Macron, prestou homenagem: “Sinceras condolências à família de Simone Veil. Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas a encontrar o melhor da França”.