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Veja publicação original: Mexicana formada em psicologia aos 13 anos fará mestrado em Harvard aos 17
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Dafne Almazán vai estudar matemática em uma das universidades mais prestigiadas do mundo e diz que foco é ajudar a resolver carências do México no ensino dessa área.
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“Ser superdotado não é doença, não é algo que precisa ser medicado. É um dom que a criança deve aproveitar.”
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A frase resume muito do que viveu Dafne Almazán, que cresceu com um QI superior ao da média da população e comprovou como nem todo mundo sabe como agir nessa realidade.
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Dafne, mexicana de 17 anos, é superdotada. E à medida que foi crescendo, foi agregando proezas a sua peculiar história de vida.
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O que é uma criança superdotada
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Para ser considerada superdotada, a criança precisa apresentar, entre outras características, precocidade ou alto potencial em pelo menos uma das sete inteligências definidas pelo psicólogo americano Howard Gardner em sua Teoria das Inteligências Múltiplas.
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São elas: a Inteligência Linguística, a Inteligência Lógico-matemática, a Inteligência Espacial, a Inteligência Corporal-cinestésica, a Inteligência Musical, a Inteligência Interpessoal e a Inteligência Intrapessoal.
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Em outras palavras: ela precisa ter uma habilidade muito acima da esperada para a sua idade.
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A extraordinária trajetória de Dafne
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Dafne começou a ler com 3 anos de idade. Aos 6, começou o ensino fundamental, que para a maioria das crianças tem duração de seis anos. Ela, no entanto, o concluiu em apenas um e fez isso pela internet.
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Já aos 10 anos, a menina terminou o ensino médio e com 13 anos se tornou uma das mais jovens psicólogas do mundo.
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“Estudei psicologia por causa da situação que vi no México com as crianças superdotadas. Vi que não eram identificadas, que a parte emocional delas estava no chão, com casos, inclusive, de crianças que queriam se matar”, disse Dafne à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
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Como se não bastasse, seu currículo de conquistas extraordinárias acabou de ganhar mais uma: este mês, ela foi aceita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para cursar mestrado em matemática.
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E o que isso tem a ver com psicologia? “Bem, eu também vi que no México há um problema relacionado à matemática, porque as crianças acham a disciplina difícil e chata, e isso faz com que o país tenha um problema no desempenho desta área”, conta.
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Dafne explica que decidiu se concentrar no estudo de áreas onde poderia “fazer uma mudança e ajudar as pessoas”.
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Embora ela garanta que não sofreu assédio nem discriminação devido a suas habilidades especiais, está ciente de que outras crianças superdotadas passam por experiências muito ruins diante da incompreensão ou ignorância de pessoas que estão em volta.
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Diagnóstico
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Emocionada pelo fato inusitado de ser aceita em uma pós-graduação da prestigiada instituição de ensino americana antes de fazer 18 anos, Dafne enfatiza a necessidade de se identificar corretamente, e a tempo, quando uma criança é superdotada.
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“Na escola, eles acham que essas crianças são hiperativas, porque não deixam os outros alunos se concentrarem”, diz ela.
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Segundo dados do Centro de Atenção a Talentos (Cedat) do México, 93% das crianças superdotadas são confundidas e diagnosticadas erroneamente com déficit de atenção, o que leva a um manejo inadequado da situação e, portanto, à perda de suas capacidades.
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A jovem conheceu muitos desses casos. E diz que o que acontece na realidade é que a criança fica entediada na escola, porque já estudou a matéria ou porque o assunto não lhe interessa.
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“Então, há o problema de elas estarem sendo medicadas, e isso diminui suas capacidades e prejudica. Isso (ser superdotado) não é uma doença”, diz ela.
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Frente à ignorância sobre como são realmente, muitas dessas crianças enfrentam rejeição e discriminação de seus colegas na escola.
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E, em casos mais extremos, acabam deprimidas ou até pensando em cometer suicídio.
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Dafne diz não ter sofrido nenhum tipo de assédio, também porque nunca esteve em um sistema escolar “tradicional”, depois que seu irmão, também superdotado, sofreu “bullying” em uma delas.
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Portanto, embora o caso de cada uma dessas pessoas seja diferente, ela acredita que a educação especial costuma ser benéfica para elas.
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“Eles têm de ter um ambiente em que possam ser crianças, aproveitar suas vidas e onde possam ser eles mesmos convivendo com outras crianças superdotadas e progredindo em seu ritmo, sem que as detenham nem pressionem”, diz.
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Ela conta que, no seu caso, o apoio de seus pais foi fundamental. “Eles não me pressionavam. Eu queria avançar mais rápido e eles me apoiavam, que é como sempre deveria ser.”
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Dafne também destaca o trabalho do Cedat, que seu pai dirige, onde afirma que a ajudaram a continuar progredindo, “mas sem perder sua infância, brincando e se divertindo com pessoas da mesma idade”.
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“Pude manter minha estabilidade emocional”, diz ela.
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Outro caso de ‘fuga de cérebros’?
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Mas se há tantos casos de diagnóstico errado de crianças superdotadas, como elas podem ser corretamente identificadas?
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“Há uma lista de qualidades como ser hiperativo, que interfere em conversas de adultos, que se aborrecem facilmente. Se você tem 50% dessas características, é provável que seja superdotado, o que se confirma com testes padronizados”, explica Dafne.
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A Organização Mundial de Saúde define uma pessoa superdotada como aquela com um QI superior a 130 pontos em alguns testes psicométricos validados científica e estatisticamente.
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Perguntada sobre seus planos de futuro, para depois do mestrado – que espera terminar em um ano – Dafne não tem dúvida: não quer, diz ela, ser outro caso de “fuga de cérebros”, em que pessoas admitidas em universidades estrangeiras acabam aplicando no exterior tudo o que aprendem.
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“No México, há muitas áreas de oportunidade que precisam de melhorias e de todo o conhecimento possível, então tudo o que eu aprender em Harvard vou querer aplicar no meu país”, afirma.
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