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Metade dos artigos científicos escritos no Brasil são feitos por mulheres

Saiu no site FINANÇAS FEMININAS: 

 

Veja publicação original: Metade dos artigos científicos escritos no Brasil são feitos por mulheres

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Por Gabriella Bertoni

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Uma boa notícia para as brasileiras: 50% dos artigos científicos escritos no País são produzidos por mulheres. O número de autoras cresceu 11% nos últimos 20 anos. O estudo Gender in the Global Research Landscape (Gênero no Panorama Global da Pesquisa), divulgado pela editora Elsevier, levou em consideração dados de trabalhos realizados entre 1996 e 2015.

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Além disso, 17% das patentes registradas no País desde 2000 foram criadas por mulheres. O estudo analisou mais de 62 milhões de artigos em cerca de 20 mil revistas acadêmicas de 1996 a 2000 e de 2011 a 2015, em 11 países e na União Europeia. Empatados, Brasil e Portugal estão em primeiro lugar no ranking de pesquisadoras, com 49%.

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Para se ter uma ideia, países como Estados Unidos, Canadá, França, Austrália, Dinamarca e o Reino Unido têm apenas 40% de autoras femininas – segundo dados entre 2011 e 2015. Em último lugar está o Japão, com 20% de trabalhos produzidos por mulheres.

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Percebe-se ainda uma notável evolução das mulheres no meio acadêmico. Entre 1996 e 2000, apenas 38% dos artigos publicados tinham sido escrito por elas.

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“No meu campo de estudo vejo que as mulheres estão, majoritariamente, nas pesquisas e na clínica. Porém, quando falamos em referências nacionais, a maioria são homens e não mulheres. Acredito que a produção feminina no meio científico mostra-se muito necessária, já que estamos conquistando cada vez mais espaço na academia”, comenta Cecília Rodrigues, psicóloga e mestranda em psicologia social e neuropsicologia.

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Nem tudo são flores: ainda existe resistência no meio acadêmico

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É excelente que as mulheres sejam maioria na produção de artigos científicos e que façam a diferença no meio acadêmico, mas ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas. No Brasil, um em cada quatro estudos publicados na área da medicina é de autoria principal de uma mulher. Pode parecer algo bom, mas nas chamadas ciências duras – como ciências da computação e matemática -, os homens tomam conta de 75% dos artigos publicados.

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“Acredito que a produção científica feita por mulheres é muito importante tanto no âmbito científico quanto no social. Como parcela expressiva na sociedade, temos pontos de vista e necessidades muito relevantes. Temos o direito de nos posicionar sobre todos os temas que nos afetam diretamente. A ciência, enquanto construtora de conhecimento e desconstrutora de paradigmas, nos dá a voz que precisamos. Quando fundamentamos uma pesquisa, colocamos nela também um pouco do que queremos ver no mundo de agora ou do futuro”, ressalta Raíssa Brito, médica veterinária com mestrado na área de reprodução.

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Preconceito: falta oportunidade e sobra desigualdade de gênero

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A primeira pergunta feita às pesquisadoras personagens dessa matéria foi sobre a importância da produção científica feita por mulheres. A resposta foi unânime: proporcionar mais igualdade no meio acadêmico e mostrar que o ponto de vista feminino é de extrema importância para a ciência.

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mulheres-cientistas

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“Já ouvi relatos relatos informais de mulheres sofrerem preconceito devido à sua condição de ser mulher, por sua beleza e associação com sua competência e pela maternidade. Este último é bem presente, principalmente quando possui mais de um filho”, pontua a professora e doutora Izabel Cristina Rodrigues da Silva, que tem como linha de estudo a genética molecular e humana e vigilância sanitária.

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Para ela, neste caso, a grande questão se torna aliar a maternidade às exigências da academia: “O ambiente acadêmico cada vez mais pressiona a publicações de impacto, que exigem tempo e dedicação.”

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Um bom material científico é produzido por meio de troca de conhecimentos e diálogos feitos entre pessoas diferentes. É nisso que acredita Ieska Tubaldini Labão, formada em Logística com viés em transporte marítimo e acessibilidade. “A mulher na ciência traz o elemento da diversidade e de uma vivência diferente. A ciência é feita através do debate e da contestação e eu acredito que não só a mulher, mas a pessoa negra, com deficiência e tantos outros grupos podem, justamente, trazer elementos de discussão”, conclui.

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Fotos: Fotolia

 

 

 

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